Estudo do CNT classifica rodovias federais no AM como ‘péssimas’
Por: Letícia Misna
25 de dezembro de 2024
MANAUS (AM) – Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2024, classificou como ‘péssima’, em contextos gerais, a maior parte dos trechos de rodovias federais que passam pelo Amazonas, com a porcentagem de 38,6%. Apenas 1% foi classificado como ‘ótimo’. Já trechos avaliados como ‘bons’ somam 3,9%, seguidos por ‘regulares’ com 21,7%, e ‘ruins’ com 34,8%.
A pesquisa levou em conta tópicos como pavimentação, sinalização, geometria da via, custo operacional, custo dos acidentes, entre outros, nos quais o Amazonas ficou com o pior resultado em todos eles.
Quanto à avaliação individual das vias que passam pelo Estado, a BR-174 (que liga o Amazonas a Roraima) e a BR-319 (Amazonas – Rondônia) ficaram como ‘ruins’; já a BR-317 (Amazonas – Acre) e a BR-230 (Transamazônica), como ‘regulares’.




De acordo com o CNT, para recuperar as rodovias no Amazonas, com ações emergenciais e manutenção, é necessário R$ 1,08 bilhão. Em 2024, o governo federal autorizou R$ 38,50 milhões para infraestrutura rodoviária no Amazonas, mas, até outubro, apenas R$ 9,52 milhões foram investidos, o que representa apenas 24,7% do valor total.
Destaques
Entre os destaques, o estudo informou que há pelo menos 178 pontos críticos nas rodovias do Estado amazonense, e que 5,8% dos trechos estão com o pavimento totalmente destruído. Além disso, falta acostamento em 2,4% dessas estradas, e 94,1 % dos quilômetros com curvas perigosas não têm sinalização.
“[No Amazonas] o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 24,38 milhões, em 2023. No mesmo ano, o governo [federal] gastou R$ 37,96 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte”, disse o CNT.
Região Norte
Quanto aos Estados da Região Norte, o Amazonas também se destaca como o pior entre os sete, em termos gerais, com Rondônia ficando com a “melhor” colocação quanto à classificação “péssimo”.
- Amazonas: 38,6% péssimo;
- Acre: 33,2% péssimo;
- Amapá: 20,1% péssimo;
- Roraima: 18,3% péssimo;
- Tocantins: 7,6% péssimo;
- Pará: 2,8% péssimo;
- Rondônia: 1% péssimo.


Impacto no meio ambiente
A pesquisa ainda revelou que as más condições das rodovias brasileiras ocasionam o gasto elevado e desnecessário de combustível. Estima-se que, em 2024, foram desperdiçados 1,184 bilhão de litros de diesel, cuja combustão pode ter causado a emissão de 3,13 milhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera (MtCO2e), considerando o dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O) e o metano (CH4).
Esse fenômeno faz com que o calor retido na Terra enfrente dificuldades para ser dissipado no espaço, levando ao aumento descontrolado da temperatura do planeta, e impactando, assim, no aquecimento global e todas as consequências desordenadas à fauna, à flora e à vida humana.