Estudo indica que cerca de 60% desconhecem vacinação ampliada para doenças crônicas

Dose de vacina contra a Covid-19 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Com informações da Agência Brasil

RIO DE JANEIRO – Seis em cada dez brasileiros não sabem que pessoas com doenças crônicas têm calendários de vacinação ampliados e com indicações específicas, e 76% nunca ouviram falar dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries), onde esses imunizantes são disponibilizados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os dados fazem parte de um estudo de comorbidades encomendo pela empresa farmacêutica Pfizer divulgado nessa terça-feira, 22, e aponta que nem os profissionais de saúde têm dado atenção ao tema: 68% daqueles que têm alguma doença crônica afirmam nunca ter recebido orientação profissional para procurar a vacinação.

A pesquisa foi feita pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) com 2 mil pessoas na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba.

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Entre os principais dados levantados está o de que apenas 30% dos pacientes em tratamento de doenças crônicas receberam recomendação médica para se vacinar. Para 3%, a recomendação veio de outro profissional de saúde, e 10% obtiveram a informação por meio da imprensa ou das redes sociais. Com isso, a maioria dos entrevistados (58%) nunca obteve a informação de que deveria procurar um CRIE para imunização.

A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabela Ballalai, avalia que falta na formação de muitos médicos e profissionais de saúde informações sobre as vacinas e os calendários disponíveis.

Sem estar capacitados, eles não recomendam as doses necessárias a seus pacientes. Ela exemplifica que pessoas com HIV, que são acompanhadas por infectologistas, recebem essa recomendação com mais frequência, já que a especialidade de seus médicos tem mais familiaridade com a imunização. Já entre os cardiopatas, acompanhados por cardiologistas, a recomendação é menos comum.

“Orientar o paciente cabe, sim, ao médico. O médico tem uma importância fundamental nisso, mas também os profissionais que estão na ponta e, principalmente, quem está nas unidades básicas de saúde.”

A SBIm disponibiliza, na internet, calendários com vacinas recomendadas para pacientes com doenças crônicas.

Isabela Ballalai citou uma pesquisa do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) que aponta que o médico é a principal influência positiva para a imunização: quando o paciente não está informado sobre a vacina, mas recebe recomendação médica, a chance de se vacinar chega a 70%. Já quando ele está interessado e não recebe a recomendação, esse percentual cai para 8%. Quando ambos têm postura positiva, as chances sobem para 90%.

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