Estudo indica que derramamento de óleo na Foz do Amazonas contaminaria Amapá e outros países

Óleo na Praia do Forte, na Bahia (Foto: Instituto Bioma)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Uma expedição científica apoiada pelo Greenpeace Brasil identificou que um eventual derramamento de óleo na Foz do Amazonas teria o potencial de contaminar centenas de quilômetros mar afora, podendo atingir as costas do Amapá, da Guiana Francesa, do Suriname e da Guiana.

O estudo, ainda inédito, foi conduzido pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) a bordo do veleiro Witness, que pertence ao Greenpeace Brasil. O principal objetivo da empreitada foi mapear as correntes marítimas da região.

A exploração de petróleo na margem equatorial é almejada pela Petrobras e defendida há anos pela nova presidente da estatal, Magda Chambriard. O setor petroleiro sustenta que a atividade é fundamental para manter a produção brasileira de petróleo após o esgotamento do pré-sal.

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A iniciativa, por outro lado, enfrenta resistência da área ambiental do governo, que já negou licenças para a perfuração de poços no Amapá e no Maranhão.

Para analisar o impacto de um eventual derramamento caso a exploração se confirme, os pesquisadores do Iepa lançaram ao mar sete derivadores —ou boias de deriva—, equipamentos oceanográficos que transmitem sua geolocalização em tempo real e captam informações do ambiente.

Por meio dos objetos, foi possível simular os caminhos de um possível vazamento de óleo na bacia. Cinco dos sete derivadores atravessaram águas internacionais, alcançando os três países vizinhos, e um deles chegou a percorrer mais de 1.500 quilômetros, segundo o estudo.

A bacia da Foz do Amazonas tem correntes marítimas e costeiras muito fortes, cujas dinâmicas são pouco conhecidas, com um grande carregamento de água do mar para os oceanos. Nessas condições, o que sabemos é que um vazamento de óleo na região causaria uma grande dispersão difícil de ser contida“, afirma o coordenador da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil, Marcelo Laterman.

Estes resultados reafirmam alertas anteriores feitos por diversos especialistas sobre os potenciais impactos da exploração petrolífera à vida marinha e em populações costeiras na Margem Equatorial”, completa ele. Os dados do estudo foram colhidos entre os meses de março e abril deste ano.

Leia a matéria na íntegra neste link.

(*) Com informações da Folhapress
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