Estudo indica que quem já contraiu Covid-19 precisa de apenas uma dose da Pfizer para proteção contra variantes

A equipe analisou duas variantes preocupantes (Sandra Sanders/Reuters)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – Pessoas que já contraíram Covid-19 precisam de apenas uma dose da vacina desenvolvida pela Pfizer para proteção contra as variantes do Sars-CoV-2. A descoberta é de um estudo realizado por pesquisadores do Imperial College London, Queen Mary University of London e University College London, publicado hoje na revista Science.

Naqueles que não foram previamente infectados, e até agora receberam apenas uma dose da vacina, a resposta imune às variantes preocupantes pode ser insuficiente, afirma a pesquisa, potencialmente deixando-os em risco de contrair a doença. As descobertas analisaram as respostas imunológicas em profissionais de saúde do Reino Unido em hospitais Barts e Royal Free após sua primeira dose da Pfizer/BioNTech.

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Amostras de sangue foram analisadas quanto a presença e os níveis de imunidade contra a cepa original do Sars-CoV-2, bem como as variantes que emergiram no Reino Unido (B.1.1.7) e na África do Sul (B.1.351). Junto com os anticorpos — as proteínas em forma de Y que se aderem ao vírus e ajudam a bloquear ou neutralizar a ameaça — os pesquisadores também se concentraram em dois tipos de glóbulos brancos: células B, que “lembram” o vírus; e células T, que ajudam a memória das células B e reconhecem e destróem as células infectadas com coronavírus.

Eles descobriram que, após uma primeira dose da vacina, a infecção anterior estava associada a uma resposta de células T, células B e anticorpos neutralizantes reforçados, o que poderia fornecer proteção eficaz contra o Sars-CoV-2, bem como as variantes predominantes no Reino Unido e na África do Sul.

No entanto, em pessoas sem infecção prévia por Sars-CoV-2, uma única dose de vacina resultou em níveis mais baixos de anticorpos neutralizantes contra Sars-CoV-2 e as variantes, potencialmente deixando-os vulneráveis à infecção, o que sublinha a importância da segunda dose da vacina.

A equipe analisou duas variantes preocupantes. No entanto, os pesquisadores acreditam ser possível que os resultados se apliquem a outras variantes em circulação, como as variantes que emergiram no Brasil (P.1) e na Índia (B.1.617 e B.1.618).

“Nossos dados mostram que a infecção natural por si só pode não fornecer imunidade suficiente contra as variantes. O reforço com uma única dose de vacina em pessoas com infecção anterior provavelmente, sim. À medida que novas variantes continuam a surgir, é importante acelerar o lançamento global de vacinas para reduzir a transmissão do vírus e remover as oportunidades para o surgimento de novas variantes”, afirma Rosemary Boyton, professora de Imunologia e Medicina Respiratória do Imperial College London, em entrevista ao portal da universidade britânica.

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