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Estudo mostra que exploração madeireira em Rondônia foi ilegal em 2022
Desmatamento em Rondônia. (Everton Pimentel/Ibama)
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18 de dezembro de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS – A Rede Simex, formada por quatro organizações socioambientais independentes – Imaflora, Imazon, Idesam e ICV –, que monitora a exploração madeireira em toda a Amazônia, detectou, no período compreendido entre agosto de 2021 a julho de 2022, um aumento na exploração ilegal da madeira em Rondônia, onde 3.543 hectares estavam sem licença para o manejo.
Da área total mapeada neste período, equivalente a 18.658 hectares, 81% estavam autorizadas (15.115 hectares). “Isto significa que houve um aumento da exploração ilegal em relação ao ano passado, quando 12% de toda área explorada deu-se de forma não autorizada. Neste ano, o índice atingiu 19%”, destaca Julia Niero, analista de Cadeias Florestais do Imaflora.
Não foi apenas a área sob exploração madeireira não autorizada que cresceu em relação ao período anterior. Em 2022, a área total mapeada sob exploração de madeira também demonstrou um aumento de 14% em relação ao período anterior, quando foram mapeados 16.377 hectares.
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O município de Porto Velho, que abriga a capital do Estado, ainda representa o principal polo de extração de madeira não autorizada em Rondônia, com 57% de toda a área ilegal mapeada (2.032 hectares), seguido pelos municípios de Ariquemes (15% ou 532 hectares), Machadinho D’Oeste (13% ou 477 hectares), Pimenta Bueno (8% ou 269 hectares) e Buritis (7% ou 233 hectares).
O mapeamento realizado também revelou que a exploração sem licença ocorreu em sua enorme maioria (80,1% da área) em imóveis rurais cadastrados, o que representa 2.837 hectares. No mapeamento anterior, de 2021, 98% da exploração não autorizada também ocorreu nessa categoria.
“Detectamos que toda a exploração ilegal em áreas protegidas ocorreu no Parque Nacional do Mapinguari, atingindo 567 hectares de floresta explorados de forma ilegal, o que equivale a 16% do total de áreas com operação não autorizada”, revela Julia.
Compõem a exploração ilegal em Rondônia, 132 hectares em vazios fundiários (3,7% do total) e 7 hectares em terras não destinadas (0,2% do total).
Ao longo do ano, o Imaflora, junto à rede Simex, monitorou a atividade madeireira na Amazônia, com foco nos estados de Rondônia e Acre, juntamente com uma avaliação da legalidade das operações por meio do cruzamento com a base de licenciamento dos planos de manejo. Assim, foi possível apurar o nível de exploração licenciada e não licenciada em ambos os Estados. “É importante para o setor e para a sociedade civil acompanhar o status dessas atividades, principalmente em locais mais sensíveis à exploração, como é a Amazônia. É fundamental também para o governo que estas informações estejam publicadas. A transparência dos dados é algo crucial para qualificar o debate sobre o setor florestal no País”, declara Leonardo Sobral, gerente de Cadeias Florestais do Imaflora.
Acre O mesmo levantamento, aponta que no Acre, no mesmo período, entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram mapeados 25.667 hectares de florestas exploradas no período, o que representa um aumento em relação ao ano anterior, no qual foram mapeados 10,886 hectares.
“A área mapeada em 2022 foi duas vezes maior do que a verificada no ano anterior, o que significa que houve um aumento considerável na exploração madeireira. No entanto, detectamos que apenas 2% desse total, ou seja, 554 hectares não tinham autorização para o manejo”, destaca Tayane Carvalho, analista de Cadeias Florestais do Imaflora.
A exploração não autorizada ocorreu em imóveis rurais cadastrados e, deste total, 88% deu-se no município de Feijó. Os outros 12% da exploração ilegal ocorreram em Capixaba, município situado no sudeste do estado do Acre.
Os dados apontam ainda que a maior parte da exploração ocorreu em imóveis rurais privados. Não houve exploração em terras indígenas e em Unidades de Conservação de Proteção Integral. “O estudo detectou que o município de Feijó também está em primeiro lugar em relação à exploração autorizada, com 38% do total, o que equivale a 9.505 hectares”, revela Tayane.
Juntamente com Feijó, os municípios de Rio Branco (20%), Sena Madureira (15%) e Porto Acre (12%) concentram quase 90% de toda a exploração legal no estado do Acre.
Ao longo do ano, o Imaflora, junto à rede Simex, monitorou a atividade madeireira na Amazônia, com foco nos estados de Rondônia e Acre, juntamente com uma avaliação da legalidade das operações por meio do cruzamento com a base de licenciamento dos planos de manejo. Assim, foi possível apurar o nível de exploração licenciada e não licenciada em ambos os estados. “É importante para o setor e para a sociedade civil acompanhar o status dessas atividades, principalmente em locais mais sensíveis à exploração, como é a Amazônia. É fundamental também para o governo que estas informações estejam publicadas. A transparência dos dados é algo crucial para qualificar o debate sobre o setor florestal no País”, declara Leonardo Sobral, gerente de Cadeias Florestais do Imaflora.
Sobre o Imaflora O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma organização brasileira, sem fins lucrativos, que se dedica a promover o uso sustentável e inclusivo dos recursos naturais. O Instituto desenvolve soluções que conciliam conservação ambiental e desenvolvimento econômico, ao mesmo tempo em que oferece serviços para o mercado, atendendo atores das cadeias florestais, agropecuária, da sociobiodiversidade e da agenda climática.
Criado em 1995, o Imaflora realiza trabalho em campo, assistência técnica, certificação socioambiental, além de pesquisa e desenvolvimento de estudos com base em dados públicos. O Imaflora é um agente de articulação que preza pela atuação em rede, viabilizando parcerias para fomentar soluções coletivas, que já beneficiaram mais de 62 mil pessoas em 8,1 milhões de hectares de florestas e unidades produtivas, a exemplo das iniciativas Florestas de Valor, Boi na Linha, Soja na Linha, Origens Brasil, Carbon on Track, Timberflow, entre outros.
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