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Etiópia: o País onde a vida diária é buscar comida e remédio
Além do conflito e do alto índice de deslocamento de pessoas, a população da Etiópia sofre também com a seca, com enchentes, com surtos de várias doenças e com infestações de gafanhotos, que atacam a produção agrícola. (Divulgação/ ONU News)
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09 de novembro de 2021
Com informações do UNO News
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários concluiu uma visita de quatro dias à Etiópia, onde teve encontros “construtivos” com o primeiro-ministro Abiy Ahmed e outros integrantes do governo.
Martin Griffiths foi ver de perto a situação humanitária no país africano, que tem sido alvo de conflitos, principalmente em Tigray, no norte. Em Mekele, capital da região, o representante da ONU encontrou-se com mulheres afetadas pela onda de violência, incluindo sobreviventes de abuso sexual que estão recebendo apoio do Fundo de População da ONU, Unfpa.
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Segundo Griffiths, as mulheres etíopes estão “desesperadamente focadas na sobrevivência diária e repetem a todo o momento o que mais precisam: comida e medicamentos”.
O subsecretário-geral afirmou que “o mundo precisa ajudá-las a imaginar um futuro melhor para elas e para as suas crianças.” Já em Amhara, uma mulher explicou que a violência no último mês a obrigou a se deslocar três vezes com a sua família.
Além do conflito e do alto índice de deslocamento de pessoas, a população da Etiópia sofre também com a seca, com enchentes, com surtos de várias doenças e com infestações de gafanhotos, que atacam a produção agrícola.
Milhões dependem de ajuda
Com isso, as necessidades humanitárias crescem: 20 milhões dependem de assistência, sendo que 7 milhões vivem na região norte do país. Griffiths ressaltou que a ONU trabalha com o governo da Etiópia e parceiros para fornecer ajuda a milhões de civis.
Ao fim da visita, ele implorou aos lados em conflito para acabarem com as hostilidades. Griffiths também informou que a lacuna de financiamento para ajuda humanitária na Etiópia é de US$ 1,3 bilhão.
Conselho de Segurança
A situação no país esteve no centro de um debate do Conselho de Segurança na segunda-feira. A subsecretária-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos declarou ao órgão que o “conflito que já dura um ano em Tigray alcançou proporções desastrosas”.
Rosemary DiCarlo acredita que o futuro da Etiópia é de grandes incertezas, ameaçando ainda a estabilidade de toda a região do Chifre de África ameaçada.
Em novembro do ano passado, as forças da Frente de Libertação do Povo de Tigray atacaram uma base do Exército na região, levando o primeiro-ministro Abiy a autorizar uma ofensiva militar contra os rebeldes, o que deixou milhares de feridos.
DiCarlo foi clara durante o encontro no Conselho de Segurança, ao afirmar “que o risco da Etiópia acabar enfrentando uma guerra civil é muito real.” Segundo a representante das Nações Unidas, isso poderá gerar uma “catástrofe humanitária que consumirá o futuro de um país tão importante”.
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