Etiópia: o País onde a vida diária é buscar comida e remédio

Além do conflito e do alto índice de deslocamento de pessoas, a população da Etiópia sofre também com a seca, com enchentes, com surtos de várias doenças e com infestações de gafanhotos, que atacam a produção agrícola. (Divulgação/ ONU News)

Com informações do UNO News

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários concluiu uma visita de quatro dias à Etiópia, onde teve encontros “construtivos” com o primeiro-ministro Abiy Ahmed e outros integrantes do governo. 

Martin Griffiths foi ver de perto a situação humanitária no país africano, que tem sido alvo de conflitos, principalmente em Tigray, no norte. Em Mekele, capital da região, o representante da ONU encontrou-se com mulheres afetadas pela onda de violência, incluindo sobreviventes de abuso sexual que estão recebendo apoio do Fundo de População da ONU, Unfpa. 

PUBLICIDADE

Segundo Griffiths, as mulheres etíopes estão “desesperadamente focadas na sobrevivência diária e repetem a todo o momento o que mais precisam: comida e medicamentos”. 

O subsecretário-geral afirmou que “o mundo precisa ajudá-las a imaginar um futuro melhor para elas e para as suas crianças.” Já em Amhara, uma mulher explicou que a violência no último mês a obrigou a se deslocar três vezes com a sua família. 

Além do conflito e do alto índice de deslocamento de pessoas, a população da Etiópia sofre também com a seca, com enchentes, com surtos de várias doenças e com infestações de gafanhotos, que atacam a produção agrícola.

Milhões dependem de ajuda 

Com isso, as necessidades humanitárias crescem: 20 milhões dependem de assistência, sendo que 7 milhões vivem na região norte do país. Griffiths ressaltou que a ONU trabalha com o governo da Etiópia e parceiros para fornecer ajuda a milhões de civis. 

Ao fim da visita, ele implorou aos lados em conflito para acabarem com as hostilidades. Griffiths também informou que a lacuna de financiamento para ajuda humanitária na Etiópia é de US$ 1,3 bilhão.

Rosemary DiCarlo disse que ONU anseia pelos resultados concretos de investigação de abusos – Foto: Eskinder Debebe (ONU)

Conselho de Segurança 

A situação no país esteve no centro de um debate do Conselho de Segurança na segunda-feira. A subsecretária-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos declarou ao órgão que o “conflito que já dura um ano em Tigray alcançou proporções desastrosas”.

Rosemary DiCarlo acredita que o futuro da Etiópia é de grandes incertezas, ameaçando ainda a estabilidade de toda a região do Chifre de África ameaçada. 

Em novembro do ano passado, as forças da Frente de Libertação do Povo de Tigray atacaram uma base do Exército na região, levando o primeiro-ministro Abiy a autorizar uma ofensiva militar contra os rebeldes, o que deixou milhares de feridos. 

DiCarlo foi clara durante o encontro no Conselho de Segurança, ao afirmar “que o risco da Etiópia acabar enfrentando uma guerra civil é muito real.” Segundo a representante das Nações Unidas, isso poderá gerar uma “catástrofe humanitária que consumirá o futuro de um país tão importante”.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.