Europa vira palco de protestos em meio a novas restrições contra Covid-19

Para a contenção, agentes federais de outras partes do País também foram deslocados às pressas a Kassel (Thilo Schmuelgen/Reuters)

Com informações da Folha de S. Paulo

BAURU – Milhares de pessoas se reuniram neste sábado, 20, em diversos países da Europa em atos de protesto contra novas restrições impostas pelos governos para conter o avanço da pandemia de coronavírus no continente. As principais manifestações ocorreram na Alemanha, em que grupos de extrema direita e antivacina reuniram mais de 20 mil pessoas na cidade de Kassel, onde houve confrontos com a polícia.

As forças de segurança utilizaram spray de pimenta, cassetetes e jatos de água para dispersar manifestantes que tentaram romper um cordão de isolamento feito pelos policiais para separar grupos diferentes que participavam dos protestos.

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“Isso não é o que um protesto pacífico deveria ser”, escreveu o departamento de polícia local em uma publicação no Twitter. “Não vamos tolerar ataques deste tipo”. Para a contenção, agentes federais de outras partes do País também foram deslocados às pressas a Kassel.

Os atos foram convocados pelo movimento Querdenker (algo como “pensadores laterais”), conhecido por agrupar aqueles que que consideram injustificadas as medidas de restrição ao comércio e à mobilidade durante a pandemia, em sua maioria ligados à extrema direita e a grupos antivacina.

Embora haja regras específicas sobre o uso de máscaras e o distanciamento social nas cidades alemãs, a maioria dos manifestantes não as respeitou. Segundo a agência de notícias DPA, vários jornalistas que reportavam os protestos foram atacados, o que tem ocorrido com certa frequência em atos semelhantes, já que muitos participantes são hostis aos profissionais da imprensa.

Os casos de coronavírus na Alemanha voltaram a crescer exponencialmente, informou o Instituto Robert Koch, o principal órgão de controle epidemiológico do país. Neste sábado, o país registrou mais de 16 mil novas infecções e 207 mortes, elevando o total para 2,6 milhões de casos e 74,6 mil óbitos.

Em Berlim, cerca de 1.800 policiais se posicionaram à espera de protestos, mas apenas 500 manifestantes se reuniram no Portão de Brandemburgo, um dos principais cartões-postais da cidade. Outros atos se espalharam pela Europa. Em Londres, pelo menos 13 pessoas foram presas durante protestos que reuniram cerca de dez mil pessoas contra as mesmas regras que motivaram as detenções.

Neste sábado, um grupo de mais de 60 parlamentares britânicos enviaram uma carta ao ministério do Interior, responsável pela segurança do país, pedindo que protestos de rua sejam tratados como exceção à norma que proíbe reuniões públicas.

O ministério divulgou um comunicado em resposta dizendo que a ordem de permanência em casa continuará em vigor até 29 de março e, só quando expirar, as manifestações poderão ser retomadas. “Enquanto ainda estamos em uma pandemia, continuamos a instar as pessoas a evitarem reuniões em massa, de acordo com as restrições mais amplas ao coronavírus”, disse um porta-voz do governo.

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