Evento celebra 100 anos da Semana de Arte Moderna com dia dedicado à valorização da cultura indígena
10 de fevereiro de 2022
Pintura "Batizado de Macunaíma", 1956, de Tarsila do Amaral (Reprodução/ Internet)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu no Brasil, é considerada um marco na história da arte do País, principalmente no tocante à valorização da cultura nacional. Para celebrar os 100 anos do “evento cultural mais importante da história do País”, será realizado, de 14 a 18 de fevereiro, o colóquio “Brasil 2022: Centenário da Semana de Arte Moderna”, com um dia dedicado especialmente à discursão da importância da presença dos elementos da Amazônia e dos cultura indígena na arte brasileira.
Em 1922, a Semana de Arte Moderna foi realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, tendo como palco o Teatro Municipal de São Paulo, e cada dia da semana trabalhou um aspecto cultural: pintura, escultura, poesia, literatura e música. O evento é reconhecido por marcar o início do Modernismo no Brasil, movimento que assimilou tendências culturais e artísticas da Europa, incorporando o contexto brasileiro e valorizando características culturais do País, como os mitos indígenas, a cultura popular e as tradições ancestrais do povo brasileiro.
“Foi o evento cultural mais importante da história do País, tenho essa percepção. Um movimento que permitiu a renovação da cultura, do pensamento e foi o ponto de partida para o estabelecimento do Modernismo no País”, compartilha o poeta amazonense Tenório Telles, um dos curadores do evento que ocorrerá de forma online.
O poeta amazonense Tenório Telles (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)
Participação indígena
Tratando-se de um acontecimento que valoriza a história do País, a cultura dos povos originários terá um lugar especial no último dia da programação. “A Amazônia foi muito importante quando surgiu o Modernismo, porque Mário de Andrade, em 1927, veio até a região, até Roraima, onde tomou conhecimento do mito de Macunaíma e escreveu o livro, um dos mais importantes do Brasil. Nesse último dia, vão participar lideranças indígenas, pesquisadores da Amazônia e também terá apresentações de cantos e danças indígenas”, acrescentou Tenório Telles.
Mário de Andrade foi, e ainda é, um dos principais nomes do movimento. O escritor ajudou a organizar a Semana de Arte Moderna de 1922 e esteve ao lado de grandes personalidades do Modernismo como: Guilherme de Almeida, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e Manuel Bandeira, na literatura; Heitor Villa-Lobos e e Guiomar Novaes, na música; e Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Candido Portinari, nas artes plásticas.
Registro feito na Semana de Arte Moderna, em 1922, de artistas (Reprodução/ Internet)
O colóquio, uma culminância de um projeto idealizado em 2019 e iniciado em 2020, em meio à pandemia, é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em parceira com o Célia Helena Centro de Artes e Educação, apoio cultural do Governo do Estado do Amazonas, da Prefeitura Municipal de Manaus, Secretaria Municipal de Cultura de Jahu e da Edições SESC São Paulo.
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