Ex-candidato a vice de Bolsonaro é alvo de operação da Polícia Federal no Rio de Janeiro
12 de setembro de 2023
Rio de Janeiro - O interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto, concede entrevista coletiva à imprensa e apresenta o chefe do Gabinete de Intervenção Federal, o general Mauro Sinott (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium Amazônia*
BRASÍLIA – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça, 12, uma operação contra supostas ilegalidades na aquisição de coletes balísticos pelo governo brasileiro no ano de 2018, durante a intervenção federal no Rio de Janeiro. Braga Netto foi candidato a vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Ambos são do PL.
São 16 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. O general Walter Braga Netto, na época interventor, teve o sigilo telemático quebrado pela Justiça. Ele estava à frente do Comando Militar do Leste e foi designado pelo então presidente Michel Temer. Ele não é alvo das buscas.
General Braga Netto foi vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 – Gabriela Biló/ Folhapress
De acordo com nota divulgada pela PF, a investigação busca apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais quando da contratação de empresa norte-americana para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço no ano de 2018.
O pagamento, segundo informações do inquérito, foi efetivado no dia 23 de janeiro de 2019, no valor de R$ 35,9 milhões. O contrato foi posteriormente suspendo por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), e o valor estornado no dia 24 de setembro.
Auditores do TCU apontaram irregularidades importantes, tais como a possibilidade de sobrepreço nos produtos, conluio entre as empresas e que esta teriam tido conhecimento prévio da intenção da compra de coletes pelo GIFRJ.
A PF informou que a apuração começou com a cooperação internacional da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) dos Estados Unidos.
“A autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021, na qual a referida empresa ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano“, afirmou a polícia.
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