Ex-delegado conhecido por atuar contra PCC é assassinado a tiros em São Paulo


Por: Cenarium*

15 de setembro de 2025
Ex-delegado conhecido por atuar contra PCC é assassinado a tiros em São Paulo
Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi morto em Praia Grande, no litoral Paulista (Fred Casagrande/Prefeitura de Praia Grande/Reprodução | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, 63, foi assassinado na noite desta segunda-feira, 15, em Praia Grande, na Baixada Santista. Conforme a Polícia Militar, o ataque ocorreu na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Caiçara, por volta das 18h20. Uma testemunha contou ter ouvido diversos disparos de arma de fogo e acionado policiais.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte de Fontes no local. Equipes da Rota foram deslocadas para o litoral. Segundo prévia do boletim de ocorrência, homens efetuaram tiros de fuzil contra a vítima, que estava em seu carro.

Um vídeo mostra a ação. Nas imagens, Fontes aparece acelerando um Fiat Argo. Ele bate num ônibus, capotando o automóvel. Nesse momento, os suspeitos desembarcam de outro veículo e efetuam disparos contra o ex-delegado. O carro utilizado no crime foi encontrado queimado.

Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi assassinado a tiros em São Paulo (Reprodução)

Ruy Ferraz Fontes atualmente trabalhava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. Delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo de 2019 a 2022, ele também atuou como diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

Fontes começou a carreira em 1988 e, ao longo dos anos, trabalhou em diversos setores da Polícia Civil. Também teve carreira acadêmica. Durante 11 anos, ele foi professor Assistente de Criminologia e Direito Processual Penal de uma universidade e professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Ele é considerado um dos principais especialistas do país sobre a estrutura da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), sendo o primeiro delegado a investigar a atuação da organização no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic.

Policiais ouvidos pela Folha acreditam no envolvimento da facção criminosa no homicídio desta segunda. Para Osvaldo Gonçalves, o Nico, secretário-executivo da SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, a teoria de que teria sido morto por integrantes da facção criminosa é precipitada e as investigações devem ser aprofundadas antes de qualquer suspeita.

Nico, que conhecia Fontes desde a década de 1970, diz estar muito triste com a morte do amigo. “É um momento muito difícil. Era uma pessoa fantástica“, afirmou. O governo de São Paulo emitiu nota lamentando o atentado contra o ex-delegado.

“Policiais militares atenderam rapidamente à ocorrência e localizaram o veículo utilizado pelos criminosos. A cena foi preservada para a realização da perícia, e o caso está sendo registrado na Polícia Civil. Equipes estão em campo, realizando diligências e utilizando ferramentas de inteligência para identificar, prender e responsabilizar os envolvidos”, afirma a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Dados do último Anuário da Segurança Pública, divulgados em julho passado, mostram que um total de 46 policiais foram mortos em serviço e outros 124 morreram de forma violenta quando estavam de folga. Isso significou uma queda de 4,5% na vitimização de policiais.

Leia mais: Operação prende delegado e investigadores apontados por delator do PCC
(*) Com informações da Folha de São Paulo

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