Ex-empresa de Eike Batista vai comandar exploração de quatro áreas de petróleo e gás no Amazonas

A compra aconteceu no segundo leilão de oferta permanente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), ocorrido nesta sexta-feira (4). (Divulgação/Eneva)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – A ex-empresa do empresário Eike Batista arrematou quatro áreas de exploração de petróleo e gás no Amazonas em leilão realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), nesta sexta-feira, 4. A Eneva levou três blocos de acumulação marginal no Estado.

Os blocos AM-T-62, AM-T- 84 e AM-T- 84 ficam próximos ao Campo Azulão, localizados no município de Silves (a 198 quilômetros de Manaus). Durante o leilão, também foram arrematados 17 blocos exploratórios, em seis bacias de diferentes Estados (Campos, Paraná, Amazonas, Espírito Santo, Potiguar e Tucano) e uma área com acumulações marginais (Juruá, da Bacia do Solimões). Juntas, as 18 áreas receberão investimentos mínimos de mais de R$ 160 milhões.

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Investimentos

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que acompanhou presencialmente o evento, afirmou que “a sessão pública de hoje mostrou-se exitosa em relação a do 1º Ciclo da Oferta Permanente”, alegando que o evento tem relação com as políticas energéticas do governo federal. “Considero positivo, uma maior competitividade e mais empresas atuando no Brasil, além da atração natural de investimentos”, detalhou.

De acordo com o diretor-geral interino da ANP, Raphael Moura, a licitação foi “um grande sucesso”, segundo ele, superou as expectativas em um ano difícil para o setor. “Temos muito o que comemorar, as áreas onshore (terrestres) geram mais empregos proporcionalmente, interiorizam e dinamizam economias locais. Além de representar distribuição de royalties para municípios muitas vezes com indicadores de desenvolvimento mais baixos”, disse Moura.

Estratégia

Para o CEO da Eneva, Pedro Zinner, os blocos arrematados reforçam a estratégia da companhia e o acesso à molécula de gás de forma competitiva. “O futuro da companhia está centrado nisso, com opções de monetização não só na geração de energia, mas também no novo mercado de gás. Além disso, estamos contribuindo para a transição energética, com a possibilidade de substituir a geração a diesel por gás natural, combustível menos poluente e mais eficiente”, enfatizou.

Segundo cronograma da ANP, a assinatura dos contratos de concessão das empresas vencedoras do leilão deve ocorrer até 30 de junho de 2021.

Recuperação Judicial

A Eneva é o resultado da fusão da MPX, focada em geração de energia por meio de usinas térmicas, com a OGX Maranhão, braço da petroleira OGX voltado para a extração de gás na Bacia de Parnaíba. No modelo original, a MPX seria cliente da OGX Maranhão, que forneceria o gás para usinas.

O ponto crucial para a derrocada do grupo EBX foi prometer entregas vultosas para empresas que ainda não estavam em operação. Foi o caso da OGX Maranhão e de sua “meia Bolívia de gás”. A empresa de energia MPX investiu em térmicas e assumiu contratos, mas o combustível da OGX não veio.

Alvo da Lava Jato

O empresário e antigo dono da empresa Eneva, Eike Batista, foi alvo da operação Lava Jato, no Rio de Janeiro. Ele foi investigado e condenado a mais de 30 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter pago ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), US$ 16,5 milhões em propina a Cabral quando este governava o Estado do Rio de Janeiro para que o então governador usasse seu cargo para beneficiar os interesses de seu grupo empresarial.

Eike, que já foi o homem mais rico do Brasil, tinha planos de se tornar o mais rico do mundo e comandou um império empresarial que ia do setor de mineração ao de petróleo e gás, passando pelo de entretenimento.

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