Com informações do Infoglobo
BRASÍLIA – A ex-ministra e senadora eleita Damares Alves afirmou em entrevista, nesta quinta-feira, 13, que as denúncias que fez sobre abuso de crianças, na Ilha do Marajó, no Pará, são relatos que ouviu “nas ruas”, e não apresentou qualquer prova. Damares tem sido cobrada para apresentar evidências sobre as afirmações que fez em culto religioso no fim de semana. Na ocasião, ela disse que possuía imagens. No início da semana, o Ministério Público Federal, no Pará, pediu informações ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos acerca da fala da ex-ministra.
“O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos. Mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria deixou de ser encaminhada”, afirmou a ministra a respeito das denúncias que, segundo ela, chegam na ouvidoria do Ministério.
Segundo Damares, esse tipo de violência não acontece apenas na Ilha de Marajó, mas na região de fronteira:
“Isso tudo é falado nas ruas do Marajó, nas ruas da fronteira. No começo do meu vídeo, eu falo Marajó porque é onde a gente começou o programa. Mas o tráfico de crianças acontece na fronteira. Essa coisa de que as crianças quando saem, saem dopadas, e seus dentinhos são arrancados onde elas chegam, a gente ouve nas ruas, na fronteira”, disse.
A ministra argumentou que suas declarações estão sendo utilizadas eleitoralmente. Ela disse, ainda, que fez sua parte ao criar o programa “Abrace o Marajó”, que tem como objetivo levar desenvolvimento social à região, e que cabe ao Ministério Público e à polícia investigarem as denúncias.
“Quero que vocês entendam que estamos diante de um período político. O governo do Pará é extremamente contra o Governo Bolsonaro. Estão tensionando esse ponto, o que me deixa triste, num período eleitoral. Vamos deixar passar a eleição, conversar sério, olho no olho, depois da eleição. Estão politizando um tema complicado. Eu não fiz isso em programa eleitoral, foi um depoimento do meu coração, dentro de uma igreja, que mais uma vez, vaza e vira uma politização”, criticou Damares.