Ex-ministro de Bolsonaro vai usar tornozeleira após ser solto em Pernambuco


Por: Cenarium*

14 de junho de 2025
Ex-ministro de Bolsonaro vai usar tornozeleira após ser solto em Pernambuco
(Divulgação/Isac Nóbrega /PR | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O ex-ministro do Turismo Gilson Machado teve a prisão preventiva revogada na noite dessa sexta-feira, 13, pelo ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele deixou o presídio Cotel, em Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife, após às 23h.

“Foi tudo um grande mal-entendido e é importante salientar que a revogação da prisão foi feita pela mesma pessoa que a decretou, que foi o ministro Alexandre de Moraes“, disse Machado, que é ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), ao deixar o local. Ele estava acompanhado do advogado Célio Avelino, responsável pela sua defesa.

Moraes impôs uma série de restrições a Machado, incluindo a proibição de manter contato com os envolvidos na trama golpista e de se ausentar da cidade onde reside e do País. O ministro determinou que o passaporte do ex-ministro seja cancelado.

O magistrado avaliou que as diligências realizadas pela Polícia Federal (PF) ao longo do dia foram suficientes e disse que a Procuradoria-Geral da República (PGR), na audiência de custódia, se manifestou pela substituição da prisão preventiva por medidas cautelares menos gravosas.

Gilson Machado se encontrou com Bolsonaro antes de ser preso (Reprodução/Redes Sociais)

A PF prendeu Machado no Recife e fez operação em Brasília contra o tenente-coronel Mauro Cid devido à suspeita de um plano de fuga do delator do processo da trama golpista. Policiais chegaram à casa do militar, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, munidos de um mandado de prisão, mas foram informados no local que a detenção havia sido revogada por Moraes.

A suspeita é que Machado tenha atuado junto ao consulado de Portugal no Recife, no mês passado, para obter a expedição de um passaporte português em favor de Cid, segundo a PF. Peça estratégica na acusação de tentativa de golpe contra Bolsonaro, Cid chegou a ter sua delação posta em xeque. Após prestar novo depoimento, acabou liberado, e sua defesa afirmou que a colaboração premiada segue mantida.

Em relação a Gilson Machado, a PGR havia dado na terça-feira, 10, aval a pedido da PF para investigá-lo. Segundo o documento assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, com informações da polícia, havia a suspeita de que o ex-ministro estaria atuando para viabilizar a saída de Cid do território nacional. Machado, porém, não teria obtido êxito na emissão do documento.

A suspeita sobre a tentativa de fuga de Cid cresceu na PF após investigadores descobrirem que quatro familiares do militar viajaram para os EUA no último dia 30 de maio.

A informação reforça a hipótese criminal já delineada pela Procuradoria-Geral da República e evidencia a forte possibilidade de que Gilson Machado Guimarães Neto e Mauro César Barbosa Cid estejam buscando alternativas para viabilizar a saída de Mauro Cid do País, furtando-se à aplicação da lei penal”, disse Gonet ao pedir a prisão deles.

Em fala a jornalistas ao chegar no IML, Machado negou que tivesse feito algum pedido relacionado a Cid. “Apenas pedi um passaporte para meu pai por telefone aqui no consulado do Recife”, afirmou. “Entrei em contato, ele foi lá no consulado juntamente com meu irmão.” Ao deixar a prisão, à noite, Machado acrescentou que sua relação com Cid era “profissional” quando ambos travalhavam no governo Bolsonaro. “A gente sempre teve uma relação simples, normal, protocolar”, disse.

Leia mais: PF faz buscas contra Mauro Cid; prisão é revogada pelo STF
(*) Com informações da Folha de São Paulo

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