Jefferson Ramos – Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS (AM) – A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) é acusada por ex-membros em processos judiciais, em curso, sobre perseguição, assédio e imposição de vasectomia sob alegação de que pastores não conseguiriam dar conta do trabalho pastoral, caso tivessem filhos.
A denúncia foi publicada neste sábado, 23, pelo portal Metrópoles, que teve acesso aos processos judiciais que apontam práticas de assédio, imposição de vasectomia, além de perseguição pessoal. Conforme a publicação, o procedimento de vasectomia, que deixa o homem incapaz de gerar filhos, era supostamente, feito numa “clínica clandestina localizada na Comercial Norte, em Taguatinga, no Distrito Federal”.
Segundo o Metrópoles, a Iurd também chegou a “obrigar” que um pastor e sua esposa “se filiassem a um partido político como uma condição obrigatória para a permanência no cargo pastoral”.
“Segundo consta na ação, a imposição foi dada sob a alegação de que, para ter um “ministério de sucesso, ele não poderia se tornar pai, uma vez que a criança atrapalharia a total e exclusiva dedicação às atividades de pastor, além de impedir que a esposa dele dedicasse a vida integralmente ao trabalho na igreja”, narra a matéria que cita processo tramitando no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10).
Nos processos em que o Metrópoles teve acesso, as vítimas pedem indenizações que, somadas, chegam a R$ 3,5 milhões.
“Em um processo ingressado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), um ex-pastor contou que lhe prometeram a condução de uma igreja nos Estados Unidos, sob a condição de que ele fizesse a vasectomia”, reafirma a reportagem.
Em resposta ao Metrópoles, a Universal negou que impõe a vasectomia. Conforme o posicionamento encaminhado, a Iurd alega que incentiva que os seus membros pratique o planejamento familiar.
“A Igreja Universal do Reino de Deus esclarece — o que já é público — que a acusação de imposição de vasectomia é facilmente desmentida pelo fato de que muitos bispos e pastores da Universal, em todos os níveis de hierarquia da Igreja, têm filhos. São mais de 3 mil filhos naturais de membros do corpo eclesiástico da Igreja. O que a Universal estimula é o planejamento familiar, debatido de forma responsável por cada casal — como, aliás, está previsto em nossa Constituição Federal“, se posicionou a instituição.
(*) Com informações do Metrópoles
Revisado por Adriana Gonzaga
