Ex-personal de Djidja recebeu dose de cetamina sem consentimento, diz defesa
04 de junho de 2024

Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium*
MANAUS (AM) – O personal trainer Hatus Silveira, que prestou serviços à ex-dançarina do Boi Garantido Djidja Cardoso, disse em depoimento à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), na manhã desta terça-feira, 4, que recebeu uma dose de cetamina, injetada por Djidja, sem o consentimento dele. Ele compareceu ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Zona Sul de Manaus, para prestar esclarecimentos no âmbito das investigações da “Operação Mandrágora”.
Segundo a defesa do profissional de Educação Física, a aplicação ocorreu em uma das vezes em que Hatus foi chamado à residência da família para prestar “socorro físico” a pessoas que, segundo ele, estariam debilitadas pelo uso da substância e com baixo peso. As visitas ocorreram em janeiro deste ano.

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“Em uma das visitas que ele foi chamado, aplicaram cetamina nele sem autorização quando ele conversava com alguns membros da família. Ele passa a ser uma das vítimas da aplicação de ketamina. Uma vez que você não autoriza fazer nenhuma inserção de material, você é vítima. Ele não sabia que era ketamina (…) A falecida [Djidja] veio por trás e aplicou”, disse o advogado Mozarth Bessa.
Ainda de acordo com a defesa, o personal trainer decidiu não formalizar uma denúncia para “não prejudicar ninguém”. Depois do ocorrido, o profissional alega ter perdido o contato com a família Cardoso.
A REVISTA CENARIUM entrou em contato com a defesa de Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, respectivamente, e solicitou um posicionamento sobre as acusações. O espaço segue aberto.
Recuperação corporal
A defesa de Hatus Silveira declarou que o personal trainer foi chamado por Ademar Cardoso e Bruno Roberto para realizar um trabalho de recuperação muscular. O advogado deu detalhes, ainda, que a pessoa a ser “socorrida” teria acabado de sair do hospital após um longo período de internação. Perguntado na coletiva de imprensa se essa pessoa seria a namorada de Ademar, Audrey Silveira, Mozarth Bessa confirmou.
“Uma das familiares que se encontrava na residência se encontrava bem debilitada e foi solicitado o auxílio dele [Hatus] em uma possível recuperação da estrutura corporal depois que saiu do hospital. A pessoa foi retirada e levada para a residência, ela foi bem debilitada, e o Hatus foi chamado e se surpreendeu quando viu a pessoa naquele estado, de fralda, com a aparência cadavérica”, afirmou Bessa.
Segundo o inquérito policial da Operação Mandrágora, a família de Audrey chegou a registrar uma série de Boletins de Ocorrência (BO) para denunciar o uso abusivo de sedativos na casa de Ademar.