Ex-senador de RR preso por suspeita de mandar matar ex-mulher critica cadeia
Por: Ian Vitor Freitas
17 de janeiro de 2025
O ex-senador Telmário Mota está preso desde outubro de 2023 (Reprodução/Sérgio Márcio)
BOA VISTA (RR) – O ex-senador de Roraima Telmário Mota (Solidariedade), preso sob suspeita de ser o mandante do assassinato da mãe da filha dele, criticou, em carta aberta divulgada na quarta-feira, 15, as condições da penitenciária onde ele está detido. No texto, o político relatou problemas de saúde e de convivência no local.
De acordo com a carta, Telmário Mota foi forçado a limpar urina e fezes na véspera do Natal do ano passado, que foram jogados na cela dele por outras pessoas que estão presas no local. O ex-senador também disse que chegaram a tocar fogo nas roupas dele e no colchão da ala que fica cela dele, situação que piorou as suas condições de saúde.
“Eu e o produtor rural Paulo Rodrigues Teixeira, sofremos de problemas cardíacos e outras patologias, fomos retirados da cela já com dificuldades de respirar, por dois bravos policiais penais, que enfrentaram fogo e fumaça para salvar nossas vidas, a eles minha gratidão”, diz trecho do texto assinado pelo ex-senador.
Ex-senador de Roraima foi preso sob suspeita de mandar matar a mãe da própria filha (Reprodução/Sérgio Márcio)
Ele relatou, ainda, que a gestão da unidade prisional chegou a retirar os colchões da cela e que, por isso, ele precisou dormir no chão. O ex-senador afirma que, por conta da inalação da fumaça, as condições de saúde dele pioraram.
“As alucinações têm me visitado com mais frequência, os tremores que antes atacavam minha mão esquerda, hoje tomam conta de toda a extensão do lado esquerdo do meu corpo, tenho a impressão que o Mal de Parkinson esteja avançado sobre mim”, relatou.
Telmário Mota também mencionou na carta que, por falta de atendimento adequado, uma das pernas dele está ficando deficiente “por falta de fisioterapia”. Ele fez uma cirurgia de prótese no joelho e, segundo o acusado, não houve autorização para que ele fizesse a fisioterapia necessária. “Tanto o HGR [Hospital Geral de Roraima] quanto o sistema prisional não dispõem de fisioterapia”, destacou.
Conforme o ex-senador, ele já realizou uma perícia médica, feita por uma perita oficial, que recomendou a prisão domiciliar para tratamento médico. No entanto, Telmário destacou na carta que o Ministério Público de Roraima (MP-RR) e o judiciário não acataram a recomendação médica.
O ex-senador foi preso em outubro de 2023 no estado de Goiás (Reprodução/Sérgio Márcio)
“Tal negativa, além de abusiva e violenta, põe em risco minha integridade física e a minha própria vida, o que significa dizer que, a partir de agora, tanto o Ministério Público, quanto o Judiciário assumiram para si a responsabilidade pela minha vida”, destaca em trecho da carta.
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria da Justiça e da Cidadania, que coordena a penitenciária onde Telmário Mota está preso, negou as afirmações do político sobre as condições das instalações e o tratamento dentro da unidade prisional. Conforme a pasta, o ex-senador está cumprindo pena em uma cela no setor de saúde, separado dos demais reeducandos.
“A cela conta com colchão novo e boa estrutura, tendo os mesmos direitos dos demais reeducandos sendo respeitados, inclusive o contato familiar, onde sua esposa tem acesso por meio de visita, podendo acompanhá-lo desta maneira”, diz trecho da nota.
Relembre a acusação
Telmário Mota foi alvo da operação “Caçada Real”, coordenada pela Polícia Civil de Roraima (PC-RR) em outubro de 2023. As investigações apontaram que ele é o principal suspeito de ter mandado matar a mãe da própria filha, identificada como Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos.
A mulher foi assassinada no dia 29 de setembro de 2023 com um tiro na cabeça. Antônia Araújo estava saindo de casa para trabalhar quando foi surpreendida. O crime ocorreu por volta das 6h30, no bairro Senador Hélio Campos, localizado na Zona Oeste da capital Boa Vista, dias antes dela depor contra o ex-senador em inquérito que apurava suspeita de estupro praticado contra a própria filha dele.
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