Ex-sogra de Ademar alegou abandono e maus-tratos para pedir guarda da neta de 5 anos
06 de junho de 2024
Ademar Cardoso é investigado por compor uma seita que promovia uso de cetamina (Composição de Weslley Santos/CENARIUM)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – A avó e o bisavô maternos da filha de Ademar Cardoso, uma criança de 5 anos, alegaram abandono e maus-tratos à Justiça por parte do pai e da mãe da menina para requisitar a guarda total da menor, indicam documentos aos quais a REVISTA CENARIUM teve acesso. Vídeos comprobatórios juntados ao processo mostram o irmão de Djidja Cardoso e a mulher* sob efeito de drogas.
Ademar Cardoso com um cigarro de maconha (Reprodução)
O pedido de guarda total foi requisitado em maio desde ano. Os requerentes — avó e bisavô maternos da criança — alegam que os genitores “não são capazes de cuidar de sua filha, pois são dois dependentes químicos de drogas, visto os diversos vídeos e boletins de ocorrência que demonstram a má conduta de ambos os pais, além de deixá-la sozinha por muito tempo“.
O processo inclui trechos de um Boletim de Ocorrência (BO) em desfavor de Ademar e da mãe da criança. Segundo a denunciante, que é avó da ex-companheira de Ademar, a neta abandonou a filha e foi localizada na casa do empresário, “completamente entorpecida e apresentava sangramento nas partes íntimas“. A ocorrência foi registrada em abril deste ano.
Trecho do BO (Reprodução)
Além da guarda, os requerentes também pedem a suspensão temporária das visitas, “em razão do comportamento dos réus“. Uma pensão também deve ser paga pelos dois genitores, no valor de uma salário mínimo. O processo corre em segredo de Justiça. A REVISTA CENARIUM questionou a defesa de Ademar.
Trecho do pedido de guarda (Reprodução)
Vídeos e imagens anexados ao processo mostram Ademar Cardoso fazendo uso de “loló” — conhecido também como “lança-perfume” — e maconha. O material foi gravado pelo próprio genitor ou por pessoas presentes em ambientes onde ele estava.
Um dos vídeos, que a CENARIUM não divulgará para manter em sigilo a identidade da vítima, ainda mostra a mãe da criança enquanto estava grávida, em um hospital em Londres, com Ademar sob efeito de drogas. Não se sabe se a mulher também havia usado algum tipo de entorpecente.
Ademar Cardoso, 29 anos, está preso desde sexta-feira, 30, em uma penitenciária na BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR), junto com a mãe, Cleusimar Cardoso. Ele é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e estupro da mãe da criança de 5 anos.
Ele é apontado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) como o fundador da seita “Pai, Mãe, Vida”, que fornecia e incentivava o uso recreativo da cetamina, droga anestésica de uso veterinário utilizada como alucinógeno.
Há anos, Ademar já demonstrava que fazia uso de drogas ilícitas, além de sinais de dependência química. Em 2019, passou um período morando em Londres com a ex-companheira, com quem teve uma filha.
Após decidir voltar para o Brasil, o irmão de Djidja entrou no fisiculturismo, chegando a competir na categoria Estreantes do Campeonato “Amazonas Classics”, período em que iniciou o uso de anabolizantes visando melhorar a aparência e o condicionamento físico.
Ademar competia como fisiculturista no AM (Reprodução/Redes Sociais)
A ex-companheira de Ademar afirmou, em depoimento à polícia, que era forçada pelo ex-noivo a fazer uso de drogas na casa de sua família e que, enquanto estava sob efeito de drogas, Ademar estuprava a jovem, já que estava inconsciente. Ela chegou a sofrer um aborto pelas circunstâncias que se encontrava.
Trecho do inquérito (Reprodução)
(*) O nome não será divulgado porque a mesma é considerada uma das vítimas de Ademar, incluindo estupro.
Editado por Adrisa De Góes Revisado por Gustavo Gilona
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