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Exército diz que desativou garimpos ilegais em Palimiú, na Terra Yanomami
Exército diz que teve apoio da PF, mas a maior associação que representa os Yanomami não tinha conhecimento da presença de tropas. (Chico Batata/Greenpeace Brasil)
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07 de junho de 2021
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – O Exército Brasileiro divulgou nesse sábado, 5, que realizou a operação denominada “Palimiú 1”, na região da comunidade que mais tem sofrido ataques armados de garimpeiros, na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima. A ação aconteceu entre 12 de maio a 4 junho, e resultou na desativação de sete garimpos.
Ao todo, foram apreendidos 35 motores e 750 gramas de mercúrio (utilizados para realizar a mineração), quase 5 litros de óleo diesel, uma embarcação, 10 geradores de energia, uma solda elétrica, armas e 50 munições. No entanto, não há informações sobre prisões ou retirada de garimpeiros da região.
De acordo com a Hutukara Associação Yanomami, mais de 20 mil invasores exploram a mata dentro da TIY, que perdeu 700 hectares para a mineração ilegal entre 2020 e os primeiros três meses de 2021.
Operação do Exército
De acordo com o Exército, a operação Palimiú 1 teve o objetivo de investigar a atuação de garimpos ilegais e combater a degradação do meio ambiente no entorno da comunidade. Informou também que além da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, do 7º Batalhão de Infantaria de Selva, Ibama, Funai e Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei-Y), que a ação teve apoio da Polícia Federal; atuação que teve a efetividade questionada pelos próprios Yanomami.
À Revista Cenarium, a Hutukara Associação Yanomami disse não ter conhecimento sobre a presença de tropas da PF em Palimúi e o líder indígena e presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kuanna, Junior Hekurari, falou que as comunidades ainda estavam sem proteção.
O Exército diz ainda que durante a operação, o Dsei-Y levou medicamentos contra a malária para os indígenas e que realizou 30 atendimentos médicos.
Conflito e vingança em Palimiú
Palimiú é uma de cerca de 250 aldeias espalhadas pelo território Yanomami, que tem quase 10 milhões de hectares, abrigando cerca de 27 mil habitantes, além de grupos isolados.
Foi onde ocorreu um dos ataques recentes mais violentos: garimpeiros armados, a bordo de um barco sobre o rio Uraricoera, chegaram abrindo fogo contra a população indígena, que reagiu. Três invasores foram mortos.
Quase uma semana depois, corpos de duas crianças foram encontrados próximos ao rio Uraricoera. Eram dois meninos de 1 e 5 anos de idade. Em nota, a Hutukara Associação Yanomami disse que, após o tiroteio, várias crianças se perderam pela mata, enquanto as pessoas fugiam. De acordo com o vice-presidente da associação, Dário Kopenawa, as mortes foram relatadas ao Ministério Público Federal.
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