‘Existe um grande desequilíbrio entre oferta e demanda atualmente no PIM’, aponta Fieam
15 de outubro de 2020
Segundo a Abraciclo, a alta do segmento foi estimulada pela procura de trabalhadores que atuam com serviços de entrega (Reprodução/ Divulgação)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou, em setembro, a maior produção de motos do ano, com a fabricação de 105.046 unidades, uma alta de 6,8% em relação ao mês passado. Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, embora o mês tenha apresentado uma boa produção, ainda existe um grande desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
Segundo Azevedo, a produção atual do PIM não está atendendo a demanda, ou seja, a oferta da indústria está menor que a procura dos consumidores, que acabam ficando na fila de espera para adquirir os produtos acabados.
“É provável que essa situação se normalize até janeiro de 2021. As indústrias estão trabalhando para isso, inclusive, aos poucos, recuperando ou trazendo os empregos ou os postos de trabalho. O importante é que, mesmo diante de toda a dificuldade, quando você faz a contabilidade entre as admissões e as demissões, as admissões têm sido positivas”, pontuou.
O balanço do PIM foi divulgado nessa quarta-feira, 14, pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo). Segundo a entidade, o setor foi estimulado pela alta procura de trabalhadores que atuam com serviços de entrega (delivery).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, a produção de setembro subiu 13,1%. Mas apesar disso, a indústria ainda registra uma retração de 17,1% da produção no acumulado desde janeiro. O PIM, localizado na Zona Franca de Manaus (Suframa), é onde estão concentradas as fábricas de motocicletas do País.
Paralisação
Em abril, com a paralização de 70% das empresas do segmento por conta da pandemia do novo Coronavírus, a produção de motos no Brasil chegou a cair 98,6%, com a fabricação de apenas 1.479 unidades contra com 102.865 do mês anterior. Em relação ao mesmo período de abril de 2019, a queda foi de 94,3%, com 91.226 que saíram das linhagens de montagem.
Para o economista e vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, desde a retomada gradual das atividades do Polo Industrial de Manaus, a partir da segunda quinzena de maio, a produção de motocicletas vem representando uma curva ascendente, mas com uma determinada consistência.
Vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo (Arquivo)
“Na verdade, esse volume poderia ser maior, mas as fábricas ainda operam com restrições. A prioridade das empresas é preservar a saúde dos colaboradores, atendendo as exigências e os protocolos sanitários de segurança
Fonte: Abraciclo
De acordo com o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a produção de motos foi fortemente impactada no período mais crítico da pandemia, mas desde a retomada gradual das atividades, as fábricas registram curva crescente, cujos números se confirmaram em setembro.
Ao jornal Estadão, Fermanian destacou que, atualmente, a motocicleta é um veículo indicado para evitar a aglomeração natural no transporte público, o que representa um meio de transporte rápido, econômico e de baixo custo de manutenção.
“Também passou a ser um instrumento de trabalho e fonte de renda para as pessoas que passaram a atuar nos serviços de entrega”, disse o presidente da Abraciclo.
Conforme a entidade, a estimativa com o novo cenário é produzir ao todo 937.000 motocicletas em 2020, que representaria retração de 15,4% na comparação com 2019 (1.107.758 unidades). A estimativa anterior, apresentada em janeiro, no período pré-pandemia, era de 1.175.000 unidades.
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