Êxodo de 3,7 milhões de ucranianos afeta economia e sistemas de saúde de países do Leste Europeu

Ucranianos aguardam em plataforma de Lviv para deixar o país em meio à guerra (Foto: Bernat Armangue/AP)
Com informações Estadão

UCRÂNIA – A maior onda de migração na Europa desde a 2.ª Guerra, com 3,7 milhões de ucranianos em um mês de ofensiva russa, desafia o sistema econômico e a estrutura sanitária no Leste Europeu. Segundo o Banco Mundial, o êxodo custará até € 30 bilhões aos países de acolhida em 2022 e autoridades de saúde alertam para o risco da disseminação de doenças, entre elas a covid-19.

A Polônia, país que recebeu mais refugiados até o momento, 2,2 milhões, deve gastar 0,25% de seu PIB até abril para responder à crise, segundo o Citigroup. A Moldávia, que recebeu 376 mil refugiados, terá o auxílio de Alemanha, França e Romênia, que definirão em abril os detalhes da ajuda.

A maioria dos refugiados é de mulheres e crianças, até porque o governo de Volodmir Zelenski proibiu os homens em idade de lutar de deixarem o país. Mais da metade das crianças na Ucrânia foram obrigadas a abandonar suas casas.

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“Um mês de guerra provocou o deslocamento de 4,3 milhões de crianças, mais da metade da população infantil do país, calculada em 7,5 milhões”, afirmou o Fundo da ONU para a Infância (Unicef).

Do total de crianças deslocadas, 1,8 milhão atravessou a fronteira para buscar refúgio nos países vizinhos e 2,5 milhões permanecem dentro da Ucrânia. Esse cenário terá impacto na demografia ucraniana.

“A questão cultural, a proximidade da Europa, levou a uma abertura de fronteiras muito rápida. Logo vieram medidas para reduzir a burocracia para que as pessoas pudessem entrar. Mas entre receber e estruturar a vida dessas pessoas há um passo maior. Integrar as pessoas não é criar campos de refugiados”, explica Alexandre Uehara, professor da ESPM-SP e especialista em êxodos por guerras.

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