Explosão de violência na Amazônia torna região desafio para Governo Lula


22 de janeiro de 2024
Explosão de violência na Amazônia torna região desafio para Governo Lula
Área de crime na região amazônica (Divulgação/PF)
Valéria Costa – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA (DF) – A violência e a criminalidade na Amazônia Legal têm avançado com alta concentração, desmandos e poderios do crime organizado e do tráfico internacional de drogas, que utilizam Estados como o Amazonas e Roraima, por exemplo, como base para a prática de crimes. O cenário caótico e desolador foi revelado no estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A publicação revela que a média de mortes violentas nesta região é 45% superior à média nacional. Confirma, ainda, que os rios do território amazonense são a principal rota do tráfico internacional de drogas, além da exploração ilegal de minérios e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami (TIY).

A REVISTA CENARIUM questionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a respeito desses dados e quais ações concretas têm tomado para frear e neutralizar o avanço do crime e violência na região amazônica.

Militares do Exército em lancha sobre rio da Amazônia (Reprodução/Ministério da Defesa)

Em nota, a pasta elencou as medidas e programas que têm adotado, desde o início do Governo Lula, em 2023, para atacar de frente o problema no território amazônico. A principal aposta é o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas) lançado no segundo semestre do ano passado.

A proposta prevê investimento de R$ 2 bilhões, oriundos do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Amazônia, cuja gestão é do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). A nota ressalta que o termo de financiamento da primeira parcela, de R$ 318 milhões, já foi assinado.

Investimentos

Para o enfrentamento de crimes ambientais e do tráfico de drogas, o ministério ressalta a implantação da Companhia de Operações Ambientais de Segurança Pública e o Centro de Cooperação Policial Internacional da Polícia Federal (CCPI-Amazônia), integrado à Companhia de Operações Ambientais (COA), no Amazonas, a expansão das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e Grupos de Investigações Sensíveis (Gise) da Polícia Federal, com o objetivo de fortalecer o combate às facções.

O ministério da Justiça reforça que o Programa Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Enfoc) tem como foco a asfixia financeira e logística destes grupos, com o objetivo de interditar as operações financeiras provenientes do crime e quem também o financia.

“Com investimento de R$ 900 milhões, o Enfoc prevê  integração institucional entre órgãos federais, como MJSP, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Forças Armadas e estaduais, para atuação nas áreas de fronteiras e divisas marítimas e terrestres, portos e aeroportos, ampliação de recurso humano e ações preventivas em áreas de alta atuação das organizações criminosas”, diz trecho da nota.

Policiais em área de crime na Amazônia (Pedro Ladeira/Folhapress)

Por questões de segurança dos agentes e da efetividade das operações, a pasta não divulga o efetivo que atua na região, diz trecho da nota.

“O Estado do Amazonas recebeu, ainda, viaturas para a Polícia Federal, caminhões e veículos para uso da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), além de armamentos e equipamentos para as forças de segurança locais. Em Roraima, as entregas do MJSP superaram R$ 51 milhões”, destaca o ministério.

Terra indígena

A nota reforça as ações da força-tarefa realizada no território Yanomami, em 2023, para a desintrusão de garimpeiros ilegais e criminosos. Embora o governo tenha feito diversas ações, o retorno de garimpos ilegais na região é evidente.

No início deste mês, o presidente Lula se reuniu com vários ministros e determinou prioridade no combate ao avanço do crime na região amazônica e proteção dos direitos dos indígenas.

Leia mais: Continuidade de mortes dos Yanomami força Governo Lula a reagir ao garimpo
Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Adriana Gonzaga

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