Exposição em Manaus celebra líder de religião de matriz africana
23 de julho de 2024
Carol Veras – Da Cenarium
MANAUS (AM) – Cultura, arte e religião se encontram na exposição que homenageia os 36 anos de sacerdócio do líder da casa candomblecista ilê Axé Sesu Toyan, Babalorixá Gilmar Pereira, na Casa das Artes, no Largo de São Sebastião, na área central de Manaus. A exposição é gratuita e tem como objetivo homenagear o sacerdote e promover o respeito e a valorização da diversidade religiosa e cultural.
O acervo, selecionado pelos artistas Inã Figueiredo e Frank Cruz, que cuidam da coordenação e curadoria, respectivamente, retrata a vida de Gilmar desde a iniciação no candomblé até os dias atuais. À CENARIUM, Figueiredo contou como se deu a iniciação do babalorixá.
“Ele nasceu no Ceará. Começou a sua vida espiritual muito jovem. Ele comenta que, no aniversário de seis para sete anos, um senhor andarilho pegou ele no colo na festinha de aniversário”, comenta Inã Figueiredo, que também é filho de santo do homenageado.
O coordenador do projeto relata, ainda, que dos três para os quatorze anos, Gilmar foi começando a desenvolver a vida espiritual, mas iniciou na religião por volta dos 18 anos. “Já tem quase 40 anos de santo ali na religião. E, enfim, tem muitas e muitas histórias”, completa.
Além da exposição principal, o projeto inclui atividades educativas voltadas para estudantes do Ensino Médio de escolas públicas. “Para além de todos os objetos, as fotografias, todo o resgate histórico que a gente fez no espaço, a gente também tem ações em que a gente vai trazer escolas para visitar o espaço e tornar a religião de matriz africana cada vez mais orgânica na vida das pessoas”, conta Inã.
Nas redes sociais, o babalorixá comentou sobre o projeto no vídeo oficial de divulgação. “Vendo e revendo é um verdadeiro sonho […] nunca imaginei ter uma exposição contando minha vida minha trajetória dentro do sagrado”, relata.
A visitação à exposição vai de quarta a domingo, das 15h às 20h, até o dia 15 de setembro. Contemplada pelo Edital Paulo Gustavo, a mostra tem o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC-AM) e da Baraka Impressos.