Extrema direita associa tornado no Paraná à COP30 e PT: ‘Faz o L’
Por: Cenarium
08 de novembro de 2025
MANAUS (AM) – Usuários da internet identificados com os atributos da extrema direita associaram, neste sábado, 8, por meio das redes sociais, o ciclone que atingiu o Estado do Paraná ao Partido dos Trabalhadores e à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. A tempestade deixou pelo menos seis mortos e mais de 400 pessoas feridas no município de Rio Bonito do Iguaçu (PR).
Em uma das publicações, um perfil afirmou que a tempestade trata-se de uma “manipulação climática feita pela elite global” para, segundo o usuário, seguir “com interesses pervertidos para continuar com o discurso político de mudanças climáticas. Conforme a mensagem publicada no X (ex-Twitter), “eles precisam do caos para justificar a COP30”, evento climático que começa na próxima segunda-feira, 10. Veja publicação:

Outro internauta, identificado como “A Catraca”, também relacionou o fenômeno ao governo federal. Ele questionou os seguidores se “não era estranho que primeiro o clima destruiu o Rio Grande do Sul, onde o PT tenta dominar faz tempo, e depois começa a destruir o Paraná, Estado em que o partido também está se enraizando aos poucos”. A menção ao Estado gaúcho ocorre um ano após as enchentes que devastaram cidades inteiras em 2024. Veja publicação:

A meteorologista Sheila Paz, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), explicou as causas e a intensidade do tornado que atingiu o Estado, além de suas implicações climáticas. Segundo ela, os tornados fazem parte da climatologia do sul, mas têm apresentado sinais de aumento em intensidade e frequência. Sheila destacou que os fenômenos são agora registrados com mais facilidade, refletindo mudanças perceptíveis no comportamento climático da região.
“Os estudos mais recentes indicam aumento da intensidade e da frequência. Esses fenômenos sempre existiram, mas hoje acontecem com mais força e são registrados com mais facilidade. Essa chavinha já virou. Os estudos mais recentes indicam aumento da intensidade e da frequência. Esses fenômenos sempre existiram, mas hoje acontecem com mais força e são registrados com mais facilidade. Essa chavinha já virou”, disse em entrevista ao portal O Tempo.
De acordo com a especialista, os episódios observados no Paraná integram um conjunto maior de eventos extremos que vêm afetando o sul do País. Ela apontou que tempestades severas e destrutivas exigem preparo e investimentos em monitoramento, apontando para a importância da educação climática e de sistemas de alerta eficientes. A meteorologista afirmou que o envio antecipado de avisos e o conhecimento da população sobre como agir durante tempestades são medidas fundamentais para reduzir danos e proteger vidas.
“É essencial que as pessoas saibam como agir diante de uma tempestade. Alertas precisam chegar com antecedência e a população precisa entender a gravidade desses eventos. Só assim conseguiremos reduzir o impacto humano e material”, declarou a especialista.
Tornado

Nessa sexta-feira, 7, moradores do município de Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, viveram um dia de terror, após fortes ventos devastarem a cidade deixando um rastro de destruição e mortes. De acordo com a Defesa Civil estadual, seis pessoas morreram e 432 ficaram feridas. Casas foram destelhadas, postes e árvores caíram, e boa parte da zona urbana ficou sem energia elétrica. A prefeitura decretou situação de emergência.
Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil e voluntários locais trabalharam durante toda a noite no resgate e atendimento das vítimas. A força dos ventos surpreendeu até mesmo meteorologistas, que ainda investigam se o fenômeno foi um ciclone extratropical, um microexplosão atmosférica ou um tornado de pequena escala, comum em situações de instabilidade severa.
Previsão do tempo
A previsão do tempo para os próximos dias ainda indica instabilidade na região Sul, e autoridades alertam para o risco de novos temporais. Em meio ao luto e à destruição, a tragédia no interior do Paraná deixa um alerta claro. Os eventos extremos já não são previsões distantes, mas uma realidade com a qual o Brasil precisa aprender a lidar com responsabilidade e ciência.
