Fachin determina suspensão de ações que impediam demarcação de terra indígena
16 de janeiro de 2024
Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Divulgação/STF)
Da Revista Cenarium*
BRASÍLIA (DF) – O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira, 16, a suspensão de ações judiciais que travaram o processo de demarcação da Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavira no Paraná.
De acordo com o ministro, as decisões não observaram o direito ao contraditório e à ampla defesa das comunidades indígenas.
“É fundamental que as soluções possam, de fato, refletir as diferenças de realidade e de percepção entre as partes. O envolvimento ativo de todos os atores estatais, sobretudo, para ouvir as partes e as auxiliar a encontrar pontos comuns”, decidiu Fachin.
A decisão foi tomada em meio ao aumento dos conflitos violentos na região diante da retomada do processo de demarcação de terra pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin (Evaristo Sa/Reprodução)
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na quarta-feira, 10, indígenas da etnia Avá-Guarani foram alvo de tiros enquanto rezavam. O ataque deixou quatro feridos, que foram levados para um hospital de Toledo, no Paraná.
Durante o governo anterior, a Funai anulou o processo de demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira. O território está localizado nos municípios paranaenses de Guaíra, Altônia e Terra Roxa, próximos à fronteira do Brasil com o Paraguai.
Em 2022, o Ministério Público Federal (MPF) enviou uma recomendação à Funai para revogar a Portaria 418/2020, norma que invalidou o processo.
No ano passado, a nova gestão da Funai anulou a medida anterior. O processo foi autorizado a ser retomado, mas continuou suspenso por uma decisão da Justiça Federal.
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