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Dia do Jornalista: na Amazônia, Pará concentrou casos de violência contra a categoria em 2021
Os dados constam no relatório "Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil | Relatório 2021", da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) (Reprodução/Fenaj)
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07 de abril de 2022
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS — O Estado do Pará concentrou a maioria dos casos de violência contra jornalistas na Amazônia em 2021, com oito registros, segundo o relatório “Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil | Relatório 2021”, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Ainda segundo o documento, no Pará, foi registrado o único assassinato de jornalista no período.
O relatório é elaborado anualmente a partir dos dados coletados pela própria federação e pelos Sindicatos de Jornalistas existentes no País. A coleta dos dados se dá por meio de denúncias feitas à Fenaj ou a um dos sindicatos, pelas próprias vítimas da violência ou por outros jornalistas, e pela compilação de notícias publicadas pelos variados veículos de comunicação.
No relatório, o Amazonas consta como o segundo Estado mais violento da Região Norte para esses profissionais em 2021, com cinco episódios. Maranhão e Mato Grosso registraram dois casos, e o Acre, Roraima e Tocantins tiveram um caso cada.
Em 6 de setembro de 2021, em Almeirim, no Pará, o jornalista Eranildo Ribeiro da Cruz, popularmente conhecido como “Chocolate”, foi assassinado. O profissional, de 54 anos, foi encontrado em casa, amarrado, nu, com sinais de tortura e um ferimento na cabeça. Segundo o relatório, ele estava apurando possíveis fraudes na eleição municipal e também denunciou a morte de um bebê por suposta negligência da prefeitura municipal.
A polícia identificou o caso como latrocínio, mas o homem que foi preso e confessou que matou o jornalista para roubar apontou mais um envolvido no homicídio, que pode ter tido outro motivo para o crime.
Censuras
A Fenaj apontou, ainda, que em 2021, os casos de “censuras” ultrapassaram os de “descredibilização” da imprensa. Foram registradas 140 ocorrências de censura, a maioria delas (138), cometidas por dirigentes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa pública federal.
As censuras representaram 32,56% do total de casos, enquanto a descredibilização da imprensa representou, 30,46% (foram 131 ocorrências no total). Houve crescimento nos casos de censuras, (140 episódios em 2021, contra 85, em 2020).
Bolsonaro
Por fim, o documento aponta que o presidente Jair Bolsonaro continua sendo o principal agressor de jornalistas. “A continuidade das violações à liberdade de imprensa no Brasil está claramente associada à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República”, cita o relatório.
“O presidente Jair Bolsonaro, desde que assumiu a Presidência da República, em 1º de janeiro de 2019, tornou-se o principal autor de ataques a veículos de comunicação e jornalistas. Em 2021, repetindo a mesma posição ocupada nos dois anos anteriores, ele foi o responsável direto por 147 ocorrências (34,19% do total), a maioria delas, tentativas de descredibilização da imprensa (129), mas também por 18 casos de agressões diretas aos jornalistas”, concluiu.
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