Família denuncia omissão de informações sobre paciente em cidade do AM

MANAUS (AM) – Familiares de um homem, identificado como Raimundo Nonato Costa, de 53 anos, protestaram, na madrugada desta quinta-feira, 13, nas dependências do Hospital Regional de Itacoatiara (AM) José Mendes. Uma das sobrinhas do paciente, não identificada, que estava no local há horas, denunciou que servidores da unidade hospitalar teriam impedido a família de ver o paciente, que apresentou quadro de hemorragia digestiva, além de ter omitido informações sobre a transferência dele para Manaus.

De acordo com a mulher, o homem de 53 anos precisaria ser transferido para tratamento na capital amazonense, por causa de complicações registradas durante o atendimento realizado pela equipe médica. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Itacoatiara (AM), município localizado a 175 quilômetros de Manaus. “Diante da complexidade do caso, foi solicitada a transferência do senhor Raimundo Nonato para uma unidade hospitalar em Manaus, com maior capacidade de atendimento especializado”, diz trecho de uma das notas.

Durante o protesto, uma das filhas de Raimundo Nonato Costa chegou a pular o muro da unidade hospitalar, enquanto uma ambulância era mobilizada nos fundos do hospital para garantir a transferência do paciente para Manaus, após horas de tratativas. A família não foi informada sobre o local que o paciente seria colado na ambulância. Imagens veiculadas pela página do Facebook “Portal RB Notícias” também mostram outras pessoas no pátio do hospital.

“Meu tio está entubado, eu estou com a minha família aqui desde a manhã [dessa quarta-feira], e o que custava transferir o meu tio lá pela frente [da unidade de saúde]? Trouxeram o meu tio aqui por traz [para colocá-lo na ambulância para transferência para Manaus], sem dar satisfação nenhuma para os familiares que estão sofrendo lá na frente”, declarou a familiar do paciente.

Conforme a prefeitura, o homem foi transferido para o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, por meio terrestre. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, para remoção é necessário seguir os protocolos como avaliação médica apta, solicitação do sistema à capital, dentre outros procedimentos. “Protocolos eram essenciais para garantir a estabilidade do paciente durante o transporte”, diz outro trecho da nota.

Em outro comunicado, divulgado na tarde desta quinta-feira, 13, a Prefeitura de Itacoatiara classificou a manifestação dos familiares do paciente como “invasão do pátio de remoções do Hospital José Mendes” e repudiou a ação. “A administração hospitalar esclarece que, apesar de compreender a preocupação dos familiares, é imprescindível o cumprimento das normas institucionais, que visam garantir a segurança e a privacidade de todos os envolvidos”, diz trecho da nota.

O comunicado também menciona que são inaceitáveis atos de violência contra profissionais de saúde e que as ações serão apuradas. A CENARIUM procurou a Prefeitura de Itacoatiara para mais esclarecimentos sobre quais foram os atos de violência registrados contra os servidores da unidade hospitalar, mencionado na nota.

A assessoria informou à reportagem que a equipe médica que assistia o paciente foi agredida com socos e empurrões, após a população incitar a família de Raimundo Nonato entrar nas dependências da unidade de saúde do município. Sobre a mudança do local para remoções, a prefeitura informou que houve a necessidade, porque antes havia aglomeração na frente do hospital para acompanhar o embarque dos pacientes causando “desconforto muito grande por parte das pessoas que acostumaram a presenciar as situações do hospital”.

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