Família real britânica barrou contratação de funcionários ‘imigrantes e negros’, diz jornal

O príncipe Andrew, o príncipe Philip e a rainha Elizabeth 2ª (da esq. para a dir.) em 1968, quando o palácio de Buckingham negociou isenção em lei antidiscriminação racial (Central Press/AFP)
Com informações da Folha de S. Paulo

BRUXELAS – O palácio de Buckingham evitou a contratação de “imigrantes de cor ou estrangeiros” em funções administrativas até ao menos o final dos anos 1960, mostram documentos obtidos com exclusividade pelo jornal britânico Guardian.

Nos papéis, descobertos pelo jornal nos Arquivos Nacionais, o gerente financeiro-chefe da rainha informa em 1986 que “não era, de fato, prática nomear imigrantes negros ou estrangeiros” para funções administrativas no palácio, embora eles tivessem permissão para trabalhar como empregados domésticos.

O palácio de Buckingham não respondeu a perguntas sobre a proibição nem sobre quando foi revogada. Afirmou apenas que pessoas de minorias étnicas eram empregadas pela família real na década de 1990 e que, antes disso, não havia registros sobre as origens raciais dos funcionários.

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Menino de franja olha para câmera enquanto caminha ao lado de homem lato de terno e óculos escuros e mulher de tailleur e óculos escuros, em foto em preto e branco
O príncipe Andrew, o príncipe Philip e a rainha Elizabeth 2ª (da esq. para a dir.) em 1968, quando o palácio de Buckingham negociou isenção em lei antidiscriminação racial – Central Press – 28.abr.1968/AFP

A reportagem do Guardian retoma a discussão sobre racismo na família real, que veio à tona em março deste ano quando Meghan Markle, duquesa de Sussex e mulher do príncipe Harry — neto de Elizabeth 2ª — , disse em entrevista que a realeza havia se preocupado com a cor do primeiro filho do casal, Archie, nascido em 2019.

Meghan afirmou que havia “preocupações e conversas sobre o quão escura a sua pele seria quando nascesse”. Segundo a duquesa, a família mantinha essas conversas com Harry, que as relatava a Meghan — ela não revelou os envolvidos.

Na ocasião, a rainha disse que as declarações seriam “levadas muito a sério”. Dias depois, o príncipe William — segundo na linha de sucessão ao trono britânico, atrás de seu pai, o príncipe Charles — criticou a entrevista e afirmou que a família real não era racista.

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