Famílias têm que se adaptar a ‘novo normal’ para festejar Natal e especialistas recomendam cuidados

Uso de máscara, álcool em gel, promover encontros ao ar livre são algumas das novas medidas adotadas neste primeiro Natal de pandemia (Reprodução/ Internet)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Este ano, as festas de fim de ano vão sofrer mudanças por conta da pandemia do novo coronavírus. E uma das tradições que acontece na noite desta quinta-feira, 24, véspera de Natal, quando diversas famílias se encontram para comemorar o nascimento de Jesus, algumas medidas precisam ser levadas em consideração, como cuidados contra a Covid-19. Especialistas ouvidos pela REVISTA CENARIUM comentam sobre as alternativas que podem ser feitas para não deixar o Natal passar despercebido mesmo em meio ao distanciamento social.

Nessa quarta-feira, 23, o governador Wilson Lima anunciou medidas para conter o avanço dos casos de Covid-19 e determinou que a partir de 26 de dezembro, o funcionamento do comércio não essencial será suspenso e passará a funcionar somente por meio de drive thru ou delivery. Além disto, festas previamente anunciadas em casas de show ou flutuantes, foram canceladas.

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Após a decisão, muitos manauaras ficaram se perguntando como iria realizar encontros de Natal. A psicóloga Marcelly Gobato explicou que nesse momento, os pesquisadores alertam para o contágio expressivo da Covid-19. “Há uma memória emocional que não está no domínio da razão. Além disso, festas de Natal também trazem um simbolismo religioso que é muito importante para muitas famílias. As pessoas geralmente possuem uma lembrança muito carinhosa dessa época, aonde acontece uma reunião, um abraço mais aconchegante, troca de palavras que não foram ditas no ano inteiro, enfim”, sustentou.

Marcelly Gobato ressaltou que o ser humano muitas das vezes age no estado de emoção e que neste cenário de pandemia, é preciso ponderar na hora de realizar encontros com aglomerações. “O ser humano age e decide muitas coisas por meio das emoções. Apesar de que, atualmente, diante do cenário de pandemia, deveríamos pesar mais para a razão e é muito melhor e mais seguro mostrar o amor à vida por quem amamos por meio da distância”, alertou.

Novo hábito

O fisioterapeuta Lucas Oliveira disse que este ano a família precisou se adaptar à pandemia e suspender as visitas de pessoas que não são do convívio familiar para que não haja o contágio da Covid-19, já que nenhum membro teve a doença e uma de suas familiares é do grupo de rispo por conta da idade.

“Sempre nos reunimos no Natal. É uma data muito importante para nós. Este ano, para evitar aglomeração, apesar dos abraços, vamos ficar reclusos em casa e nosso jantar será no quintal, uma área aberta, ventilada e com muito álcool em gel. O receio voltou a tomar conta, justamente, pelos casos que se mostram altos. Nem visitas de amigos vamos receber esse ano. Até porque, minha avó tem 71 anos”, contou Lucas.

Cultura

De acordo o antropólogo Richard Borges, as sociedades celebram o Natal desde muitos anos e o encontro nessa data é algo natural. “As pessoas se preparam, preparam o ambiente, se reúnem para jantar na ceia, enfim. Tudo isso acontece há mais de um milênio. Num ano tão difícil, é importante não só se apegar em tradições, mas vibrar a cura ao mundo, por meio de atitudes, não só na ceia ou na hora de virada. É fazer com que a nossa vida também dê uma virada positiva e verdadeira. Devemos celebrar o silêncio da nossa alma que está meio cansada por esse ciclo instável. E tudo tem um propósito, nós tornarmos pessoas melhores”, destacou.

Cuidados

Infectologistas ouvidos pela Agência Brasil foram taxativos: apenas um meio de proteção não é eficaz. Então, não adianta usar máscara e não higienizar as mãos com frequência. Tampouco resolve tomar essas providências mas sair abraçando, apertando mãos e se aglomerando em rodas de conversa.

“A pessoa deve tentar restringir o risco de infecção, saindo o menos possível. Manter a máscara e retirar apenas na hora de se alimentar. Todas as estratégias são falhas, mas a soma delas ajuda, diminui o risco”, afirma Joana D’arc Gonçalves, médica infectologista e professora de medicina do UniCeub, em Brasília.

Já o diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcus Antônio Cyrillo, foi enfático. “O contato próximo, de abraçar, beijar e apertar as mãos, deve ser evitado”, finalizou.

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