Federação Amazonense de Futebol contesta eleição no Tribunal de Justiça Desportiva do Estado
05 de julho de 2022
O órgão diz não reconhecer a legalidade do ato e que continuará preparando a eleição para o dia 23 de setembro deste ano (Antônio Assis/FAF)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Federação Amazonense de Futebol (FAF) contestou a votação realizada nessa segunda-feira, 4, que elegeu o empresário Ednailson Rozenha como o novo presidente da instituição para o biênio 2023-2026. Mesmo com o aval do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o órgão diz não reconhecer a legalidade da eleição e que continuará preparando o pleito para o dia 23 de setembro deste ano.
“A FAF não reconhece a legalidade deste ato realizado […], que conta com diversas irregularidades e desrespeito ao estatuto da Federação Amazonense de Futebol. Por isso, a atual gestão seguirá cumprindo suas funções e preparando o processo eleitoral para 23 de setembro, um processo como deve ser: democrático, com a participação de diversas chapas e que respeite o ordenamento jurídico estabelecido”, afirmou a FAF, em trecho da nota assinada pelo presidente em exercício Pedro Augusto Oliveira da Silva.
FAF emite nota sobre eleições e diz não legitimidade do pleito (Reprodução)
A federação era presidida por Dissica Valério Tomaz desde 1989, que está afastado por questões de saúde, e seu vice, Pedro Augusto, era quem ocupava a presidência. Com autorização do TJAM, os presidentes de ligas desportivas do interior do Amazonas e cinco clubes profissionais (São Raimundo, Tarumã, Princesa do Solimões, Penarol e CDC-Manicoré) convocaram as eleições.
Na nota dessa segunda-feira, 4, a federação afirmou que os representantes da eleição estão “tomados por interesses distintos do melhor para o futebol” do Amazonas para tomar o comando da entidade e diz, ainda, que os responsáveis pela votação ignoraram todo o trâmite judicial que está em curso no TJAM.
“Ignoraram, também, o edital publicado pela própria Federação, que marca a eleição para o dia 23 de setembro, como determinou decisão judicial que segue em vigor. E mais que isso: ignoraram completamente o estatuto da Federação a qual pretendem presidir, pois o mesmo diz que a convocação para as eleições deve partir do presidente ou de seu substituto”, pontuou a federação, em outro trecho.
Eleição autorizada pela Justiça
À REVISTA CENARIUM, o empresário Rozenha defendeu que a assembleia é válida e destacou que a Justiça não reconhece Pedro Augusto como presidente da FAF. “O dr. Taketomi, na última decisão, não o reconhece como presidente. Então, ele não é presidente e não é reconhecido pela Justiça. A assembleia é legítima”, declarou.
A defesa do empresário Rozenha disse nesta terça-feira, 5, que a eleição foi autorizada pela Justiça e lembrou, também, que o próprio juiz Roberto Santos Taketomi, que teve o primeiro contato com a causa, não reconheceu Pedro Augusto com legitimidade para responder como presidente da federação.
“A eleição foi autorizada pela Justiça. O juiz prevento do caso não reconhece o Pedro com legitimidade para responder como presidente da FAF, logo o edital e notas assinadas por ele não têm validade. Isso não é liminar. Isso é sentença”, afirmou o assessor jurídico do empresário, Rodrigo Novaes.
O caso
As eleições para eleger a nova presidência da FAF na sede do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJDAM), na Zona Centro-Sul de Manaus, depois de um embate de liminares de quase três meses envolvendo os grupos de Rozenha e de Dissica. A realização do pleito desta segunda-feira, 4, foi autorizada com base na decisão do juiz Taketomi, em abril deste ano.
Os atuais dirigentes da FAF, Dissica e Pedro, não participaram do votação por entenderem que a eleição devia acompanhar o calendário de pleito da federação, marcado para o dia 23 de setembro deste ano. Com a ausência dos dois na eleição, coube ao presidente do Esporte Clube Tarumã, Ademir Maquiné, a missão de presidir a sessão.
Segundo o TJDAM, Rozenha foi eleito pela maioria, com, aproximadamente, 70% de apoio dos clubes de futebol profissional do Amazonas e 100% das ligas presentes na assembleia. Os representantes do município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) se posicionaram contrários à eleição de Rozenha nas redes sociais, mas eles não participaram da eleição.
Confira a decisão do juiz Roberto Santos Taketomi:
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