Feministas e conservadoras analisam projeto de Damares para incentivar adesão feminina nos poderes

Projeto “Mais Mulheres no Poder" divide opiniões entre espectros políticos diferentes. (Reprodução/Isac Nobrega)

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Participantes de movimentos feministas de esquerda e direita fazem avaliações sobre o projeto instituído pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que visa maior inclusão de mulheres na política, em cargos eletivos, de poder e decisão. Damares Alves, ministra do MMFDH, assinou a portaria Nº 2.027 que institui o “Mais Mulheres no Poder”, programa deve durar dez meses a partir da publicação nesta quinta-feira, 27, no Diário Oficial da União (DOU).

Para a Executiva de Soluções e Negócios, Ana Vinente, 28 anos, o projeto sozinho pode não atingir o objetivo esperado. “A proposta é boa, mas na prática não adianta. Muitas mulheres são coligadas [Em partidos] apenas para preencherem a cota feminina obrigatória. Não adianta nada sem uma reforma política, em paralelo. Porém, pode ser uma alternativa paliativa neste momento tão crítico”, explica a feminista de esquerda.

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Já a servidora pública, Marcela Novaes, de 32 anos, acredita que por conta do projeto ser de origem da própria ministra, a tendência pode ser de aplicação rápida de resultados. “Sabemos que não tem sido fácil para o governo federal avançar em propostas. Ao menos parece que dessa vez, existe um interesse real para maior participação das mulheres, lamento que seja apenas por dez meses”, completa a feminista de direita.

Objetivos

Entre os objetivos propostos pela iniciativa estão “estimular a participação política, democrática e igualitária das mulheres em cargos eletivos e nos espaços de poder e decisão”; assim como “promover e fortalecer o conceito de cidadania participativa no sistema democrático igualitário, por meio do debate sobre o papel da mulher nos espaços políticos e de liderança”, diz trecho.

Reprodução DOU, publicado em 27/08/2020 | Edição: 165 | Seção: 1 | Página: 110

Ainda não foram estabelecidos os calendários de atuação do projeto, que deve firmar convênios, termos de compromisso, acordos de cooperação, bem como protocolos de intenções, termos de execução descentralizada.

E ainda ajustes ou outros instrumentos congêneres com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal, bem como com entidades privadas para atender as propostas incluídas na resolução, que visam “estimular a participação de mulheres nas instâncias decisórias das entidades representativas de classe, iniciativa privada e movimentos da sociedade civil organizada; e “incentivar a promoção de políticas públicas de combate a todas as formas de violência política e social contra a mulher”.

Reprodução DOU, publicado em 27/08/2020 | Edição: 165 | Seção: 1 | Página: 110

A publicação completa pode ser acessada por meio do link do DOU.

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