Fenaj, Sinjor e STERTM repudiam conduta de afiliada da Globo durante manifestação de garimpeiros no AM
22 de agosto de 2024
Ana Pastana – Da Cenarium
MANAUS (AM) – A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão do Estado do Amazonas (STERTM) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (Sinjor/AM) emitiram, na tarde desta quinta-feira, 22, uma nota de repúdio à conduta da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo em cinco Estados da região Norte do Brasil. Na quarta-feira, 21, um dos repórteres da emissora fazia a cobertura de uma manifestação de garimpeiros que resultou em ato de vandalismo na cidade de Humaitá (AM), distante a 591 quilômetros da capital amazonense, após uma ação da Polícia Federal destruir mais de 200 dragas usadas para extração de ouro ilegal.
O jornalista Raolin Magalhães estava ao vivo no Jornal do Amazonas 2ª edição nessa quarta-feira, 21, quando os garimpeiros lançavam sobre as equipes da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e de outros agentes das forças de segurança rojões e disparos de tiros de arma de fogo, segundo a PF. O confronto que só foi contornado no início da noite da quarta-feira, 21, depois que 16 suspeitos de praticar os atos de vandalismo foram presos.
As entidades representativas dos jornalistas e radialistas no Amazonas observam que, a despeito da ausência de legislação e procedimentos que possam estar contemplados em Convenções Coletivas de Trabalho, neste caso, a Rede Amazônica, tem a obrigação de orientar as equipes de reportagem em casos de coberturas jornalísticas que envolvam situações de riscos como conflitos, manifestações e áreas do tráfico de drogas.
“As entidades dos jornalistas e radialistas lamentam o ocorrido e se solidarizam com o repórter Raolin Magalhães. Informamos ainda que o Sinjor AM ingressará junto ao Ministério Público do Trabalho do Amazonas MPT/AM com denúncia formal para que sejam adotadas as providências legais que o caso requer”, destaca em um dos trechos da nota.
Assista o momento em que o repórter entra no ao vido e depois que a situação de conflito aumenta ainda mais a emissora decide retirar do ar a transmissão.
Em outro trecho, as instituições defendem garantias ao exercício dos jornalistas que, diariamente, produzem notícias para bem informar a sociedade. “Exigimos condições de trabalho seguras, com avaliação dos riscos das pautas e fornecimento de equipamentos de proteção individual, caso necessário. quilômetros de Manaus, contra uma operação de órgãos ambientais”, finaliza a nota.
Confira a íntegra da nota:
Operação Transe
A Polícia Federal (PF) afirmou nesta quinta-feira, 22, que a instituição realiza a Operação Prensa em conjunto com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A manifestação dos garimpeiros está ligada diretamente às ações de fiscalização na região.
Em três dias, a operação coordenada pela PF já inutilizou 223 balsas de garimpo que estavam atuando de forma ilegal no Rio Madeira e seus afluentes, Rio Aripuanã e Rio Manicoré. As ações contam com a participação de policiais federais especializados, que percorrerão municípios do sul do Amazonas, com o objetivo de combater os crimes de garimpo ilegal cometidos na localidade.
A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos na região.