Fiesp recua, mas entidades do agronegócio avançam em críticas a Bolsonaro

Na foto, Jair Bolsonaro e Paulo Skaf, presidente da Fiesp há 17 anos (Miguel Schincariol/Getty Images )
Via Brasília – Da Cenarium

Desembarque

Após a poderosa Fiesp recuar na publicação de um manifesto pela democracia – que traria críticas ao presidente Jair Bolsonaro, sete entidades do agronegócio decidiram avançar mesmo assim e manifestar a preocupação com a harmonia entre poderes e o risco de instabilidade econômica. Há quem veja aí uma ameaça de “desembarque” do agro, que pode ser fatal para desestabilizar a base de apoio bolsonarista. Analistas preveem que o 7 de setembro decidirá se Bolsonaro arrisca arregimentar seus defensores radicais para tentar soluções autoritárias, ou cede à pressão dos setores que o sustentam politicamente. Ou seja, a crise institucional pode ainda ganhar novos capítulos, avaliam.

Universal

A denúncia envolvendo a Igreja Universal e uma doação de R$ 72 milhões do empresário Glaidson Acácio dos Santos, preso na última semana por suspeita de atuar em esquema de pirâmide financeira com criptomoedas, está sendo amplamente compartilhada nas redes. Apesar da instituição negar participação no crime e dizer ter recebido o dinheiro “de boa-fé”, internautas suspeitam que a igreja de Edir Macedo se beneficiou do esquema. Mais um nicho importante bolsonarista – a bancada da Bíblia – que se enreda com malfeitos na Justiça.

Toque de Caixa

A oposição conseguiu impor seu ritmo na CCJ e adiou a leitura do parecer pela admissibilidade da PEC dos Precatórios, que estava prevista para esta terça-feira, 31. Alegando que a discussão da matéria está açodada, que a proposta fura o teto de gastos, fere o pacto federativo, promove o calote e possui “vícios de constitucionalidade”, a oposição conseguiu aprovar dois requerimentos para realização de audiências públicas antes da votação. Presidente da sessão, Marcos Pereira (Republicanos/SP) concordou com os argumentos dos oposicionistas e até o Partido Novo apoiou a iniciativa e reclamou da produção de um parecer a toque de caixa.

PUBLICIDADE

PEC Precatórios

A PEC foi retirada da pauta da CCJ até que as audiências sejam realizadas. “O governo vai manter essa PEC porque ela dá segurança jurídica ao acordo que está sendo construído entre os Poderes”, afirmou o relator, deputado Darci de Matos (PSD/SC). Enquanto isso, o presidente do STF, Luiz Fux, segue trabalhando pela solução CNJ para a questão dos precatórios. Hoje, ele contabiliza quatro votos no STF. Além do próprio, os de Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli. Para ser viabilizada e não ser derrubada pelo STF é preciso que pelo menos mais dois ministros façam adesão ao grupo.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.