Filha de Fachin é chamada de ‘lixo comunista’ e atingida por cuspe na UFPR
Por: Alinne Bindá
16 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – A professora Melina Girardi Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foi alvo de agressões verbais e físicas na última sexta-feira, 12, em Curitiba. Um homem, ainda não identificado, cuspiu na docente e a chamou de “lixo comunista” dentro do campus da instituição. O episódio ocorreu dias após uma tentativa de invasão ao prédio histórico do curso de Direito da UFPR.
O companheiro da professora, o advogado Marcos Gonçalves, repudiou o ataque em publicação nas redes sociais. Para ele, a violência é resultado da “irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que se alinharam ao discurso de ódio propagado desde o esgoto do radicalismo de extrema direita, que pretende eliminar tudo o que lhe é distinto”.

O ataque contra Melina Fachin sucedeu à confusão registrada na terça-feira, 9, quando o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) e o advogado Jeffrey Chiquini tentaram entrar no prédio histórico após o cancelamento de uma palestra que questionaria o Supremo Tribunal Federal. O evento foi suspenso na semana em que o STF julga Jair Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado.
Estudantes bloquearam a entrada do auditório. Segundo nota oficial do Setor de Ciências Jurídicas, “mesmo após o cancelamento e a orientação expressa da vice-direção para que não ingressassem no prédio, os palestrantes forçaram sua presença em adentrar ao espaço”. O comunicado afirma ainda que, sem acionamento institucional, forças de segurança pública entraram no local de forma indevida e atuaram de maneira desproporcional.
Embora não estivesse presente durante a tentativa de invasão, Melina Fachin foi notificada judicialmente por Kilter, que a responsabiliza pelo cancelamento do evento e anunciou um processo contra ela e o reitor da UFPR, Marcos Sunye.
Em nova manifestação, Marcos Gonçalves afirmou que a violência sofrida por sua companheira “traz a marca de todos aqueles que, na última terça-feira, protagonizaram mais um episódio de provocação, tumulto e desrespeito às instituições, como é a prática desses indignos sujeitos”.
Professora da instituição desde 2012, Melina é doutora em Direito Constitucional, referência internacional em direitos humanos e colunista do jornal Plural. Ela é também irmã da vice-reitora da universidade, a médica Camila Fachin.