Filho de Xangô, Arlindo Cruz deixa legado de axé e samba


Por: Adrisa De Góes

08 de agosto de 2025
Filho de Xangô, Arlindo Cruz deixa legado de axé e samba
Cantor e compositor Arlindo Cruz morreu aos 66 anos (Reprodução/Redes Sociais)

MANAUS (AM) – Um dos maiores nomes do samba brasileiro, o cantor, compositor e instrumentista Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira, 8, aos 66 anos. Ao longo de sua trajetória, o artista uniu fé e arte, buscando nas raízes do samba a força e a inspiração para suas músicas.

Arlindo enfrentava graves problemas de saúde decorrentes de um AVC hemorrágico sofrido em 2017, que lhe causou sequelas motoras e dificuldades na fala. A esposa do cantor, Babi Cruz, confirmou o falecimento, ocorrido enquanto ele estava internado no hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O acidente vascular cerebral e as sequelas resultantes encerraram precocemente sua carreira artística. Seu último projeto foi o álbum Pagode 2 Arlindos, lançado em 2017 em parceria com o filho Arlindinho. Além dele, Arlindo deixa a filha Flora Cruz.

Atualmente, Arlindo Cruz vivia em cadeira de rodas (Reprodução/Redes Sociais)

O velório e o enterro devem ser realizados no Rio de Janeiro, cidade onde Arlindo Cruz nasceu e construiu sua carreira. Informações sobre cerimônias públicas e homenagens serão divulgadas pela família do artista.

Axé

Arlindo Cruz deixa não apenas uma vasta obra musical, mas também uma profunda conexão com suas raízes religiosas. Conhecido como filho de Xangô, orixá ao qual era devoto, ele sempre destacou que não escolheu o Candomblé, mas foi escolhido por essa religião, uma ligação que começou antes mesmo do seu nascimento.

Em entrevista à revista IstoÉ em 2013, o artista contou que sua mãe fez o santo enquanto estava grávida dele, dando início a essa relação espiritual. Na época, ela era praticante da Umbanda e atualmente frequenta a Igreja Universal.

“Eu não elegi o Candomblé como minha religião, o Candomblé me elegeu como praticante”, afirmou o cantor na ocasião.

Legado musical

De acordo com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), Arlindo Cruz deixa 847 composições e 1.844 gravações cadastradas no banco de dados da gestão coletiva da música no Brasil. De acordo com o Ecad, as cinco músicas mais tocadas do artista são: “O show tem que continuar”; “Meu lugar”; “Samba de arerê”; “O bem”; “Agora viu que perdeu e chora”.

A instituição lamentou a morte de Arlindo Cruz e destacou a importância do cantor, compositor e músico como um dos ícones do samba, reconhecido por suas letras marcantes, pela trajetória no grupo Fundo de Quintal e pela carreira solo.

“Arlindo Cruz foi um dos grandes nomes do samba brasileiro e deixa um legado inestimável para a música do País. Neste momento de tristeza, nos solidarizamos com seus familiares, amigos e fãs”, afirmou o Ecad em nota.

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