Filhos de Flordelis são condenados pela morte do pastor Anderson do Carmo


24 de novembro de 2021
Filhos de Flordelis são condenados pela morte do pastor Anderson do Carmo
Julgamento de Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas dos Santos (Domingos Peixoto / Agência O Glob)

Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – O Conselho de Sentença da 3ª Vara Criminal de Niterói decidiu condenar dois filhos da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza pelo assassinato do marido dela, o pastor Anderson do Carmo. O julgamento terminou por volta das 5h40 desta quarta-feira e durou cerca de 16 horas. Ao filho biológico da pastora, Flávio dos Santos Rodrigues, foi aplicada uma pena de 33 anos e 6 meses de reclusão pelo homicídio e por organização criminosa.

Já Lucas Cézar dos Santos de Souza, por ter colaborado nas investigações, foi condenado a 7 anos e seis meses de prisão. O homicídio do pastor ocorreu em 16 de junho de 2019. Os dois réus foram condenados por homicídio triplamente qualificado. Flordelis, outros cinco filhos e uma neta ainda aguardam a data do julgamento por júri popular.

O Ministério Público ressaltou o trabalho de investigação da delegada Bárbara Lomba, que ficou à frente da primeira fase do assassinato do pastor Anderson do Carmo. Ao pedir a condenação dos filhos da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza, o promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade disse que o caso teve “provas robustas”, o que era raro em execuções. Andrade chegou a defender uma redução de pena para Lucas por ele ter colaborado com a polícia, ao apontar Flávio como responsável pela compra da arma e execução da vítima por motivação financeira.

“Ao Lucas, eu peço redução de pena, que tenho certeza que a doutora Nearis (Arce, juíza titular da 3ª Vara Criminal de Niterói) poderá quantificar. Já Flávio deve responder pelo homicídio e pela associação criminosa”, acusou Coelho.

A defesa de Lucas, o defensor público Jorge Mesquita, argumentou que o réu não tinha atenção numa família de 55 filhos. Ele usou o termo de que o réu era o “enjeitado”, além de ser negro e pobre.

“Ele se viu perturbado por todas essas questões sociais, se envolvendo com o tráfico de drogas. Mesmo ele sendo cobiçado para a prática do crime (morte do pastor), ele tinha resquícios de moralidade. Ele era chamado para a prática de crimes na própria família!”, defendeu Mesquita. “Será que o Lucas, jovem 18 anos, saberia da responsabilização por ajudar na compra da arma?”, questionou.

Flávio também foi tratado como uma pessoa rejeitada pela defensora Renata Tavares da Costa. Segundo ela, o filho biológico de Flordelis não se via na família. Quando a mãe decidiu criar a família, Flávio, ainda adolescente, não aceitou perder espaço na sua casa e foi morar com a avó, Carmozina Mota, mãe da pastora.

Renata pediu a absolvição do réu alegando que ele não era do grupo privilegiado dos filhos de Flordelis, embora ele fosse biológico. Ela deu como exemplo que Wagner Pimenta, o Misael, que antes de romper com a ex-deputada, foi vereador de São Gonçalo.

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