Filhotes de ariranha são flagrados em Usina de Belo Monte após 13 anos


Por: Cenarium*

15 de maio de 2025
Filhotes de ariranha são flagrados em Usina de Belo Monte após 13 anos
A aparição desses animais é um indicador de que o meio ambiente local está saudável (Divulgação/Ibama)

MANAUS (AM) – Pela primeira vez, filhotes de ariranha foram registrados por câmeras que fazem o monitoramento de fauna na área do Reservatório Intermediário da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte, no Pará, desde 2012. A aparição desses animais é um indicador de que o meio ambiente local está saudável, conforme análise técnica no âmbito do licenciamento ambiental da usina, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Por determinação do licenciamento, há 13 anos, a Norte Energia, responsável pelo empreendimento, desenvolve um monitoramento de mamíferos aquáticos e semiaquáticos que vivem no Rio Xingu, no entorno da hidrelétrica. O objetivo é mapear e estudar esses animais, além de promover ações de conservação das espécies ameaçadas.

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Ariranhas e seus filhotes avistados em toca na área de monitoramento da UHE Belo Monte (Divulgação/Ibama)

O vídeo, gravado por câmeras camufladas, mostra com riqueza de detalhes as ariranhas, também conhecidas como “onça-d ‘água”, “lontra-gigante” e “lobo-do-rio”. Nas imagens, é possível ver quando duas ariranhas adultas se aproximam da toca, de onde logo surgem dois filhotes e outra ariranha adulta. Desde 1999, a espécie está classificada como “vulnerável à extinção” pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

O registro é considerado raro porque a espécie é sensível à presença humana, principalmente no período de criação dos filhotes. “A presença de filhotes de ariranha na área de influência de Belo Monte indica que o ambiente oferece condições reais para a reprodução de uma espécie sensível e vulnerável à extinção”, explica Roberto Silva, Gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia.

A aparição dos filhotes foi celebrada pelos biólogos por ter ocorrido no reservatório artificial de 119 quilômetros quadrados, criado pela usina, e que integra a Área de Preservação Permanente protegida. O acesso é restrito, o que torna a região propícia para o abrigo e a reprodução da fauna silvestre.

Projeto selecionado pelo Ibama

Devido ao seu sucesso, o projeto implementado pela Norte Energia para monitoramento de fauna no entorno da usina foi selecionado pelo Ibama para ser apresentado no II Fórum de Programas de Fauna do Licenciamento Ambiental Federal, que ocorreu em abril. A equipe da concessionária reportou que já foram registrados, nesses 13 anos, 280 animais aquáticos e semiaquáticos.

Além do acompanhamento, a empresa compartilha os dados coletados com instituições científicas e organizações voltadas à conservação da biodiversidade, bem com realiza campanhas de sensibilização junto da comunidade local para proteção das ariranhas e de outros animais do Xingu.

Ariranha: importante para o equilíbrio do ecossistema

A ariranha é um mamífero semiaquático que está no topo da cadeia alimentar e exerce papel fundamental no equilíbrio do ecossistema, pois ajuda no controle populacional de outras espécies. É uma caçadora eficiente, mas também altamente social. Na região do Xingu, as ariranhas vivem em grupos de dois a dez indivíduos, e todos os adultos ajudam na criação dos filhotes.

Espécie barulhenta, a ariranha tem um complexo repertório de vocalizações. Ocorre apenas na América do Sul e se alimenta principalmente de peixes. Seu toque aveludado a tornou muito procurada pelos comerciantes de peles, o que contribuiu para o risco de extinção.

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(*) Com informações de assessoria

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