Filme sobre adultização na Amazônia é ‘necessário’, afirma Maria Ribeiro


Por: Cenarium*

15 de agosto de 2025
Filme sobre adultização na Amazônia é ‘necessário’, afirma Maria Ribeiro
A atriz Maria Ribeiro (Reprodução/Redes Sociais)

MANAUS (AM) – O filme amazonense ‘Os Avós’, dirigido pela cineasta Ana Lígia Pimentel e concorrente na Mostra Competitiva de Longas-Metragens Documentais do 53º Festival de Cinema de Gramado – realizado de 13 a 23 de agosto, foi descrito pela atriz, escritora e diretora de cinema, Maria Ribeiro, como “urgente e necessário”.

Para ela, a obra chega em um momento-chave: “Estamos, finalmente, falando sobre a adultização da criança. Ana Lígia soube ler o tempo como ninguém. É uma grande cineasta, totalmente conectada à realidade das mulheres da Amazônia, e consegue transformar a denúncia em arte”, afirma Maria, que interpreta a voz de trechos do longa e atua como fio condutor sutil, ecoando perguntas e memórias que atravessam a narrativa.

Maria Ribeiro retorna ao Festival de Gramado, onde foi consagrada com “Como Nossos Pais” (Reprodução/Redes Sociais)

‘Os Avós’ percorre comunidades ribeirinhas e áreas urbanas do Amazonas e expõe um fenômeno cultural muitas vezes naturalizado, mas carregado de tensões: homens e mulheres que, aos 30 ou 35 anos, já são avós. Mais que estatística, o documentário mostra como esse ciclo familiar acelerado perpetua desigualdades históricas e desafia noções de tempo, cuidado e destino.

Maria Ribeiro expressa também o desejo de realizar novos projetos com Ana Lígia. “Estou muito honrada de ser a voz que conta essa história. Uma história triste, que precisa despertar atenção – de todos, de uma vez por todas”.

A cerimônia de encerramento e a premiação do Festival de Gramado serão transmitidas ao vivo no dia 23, às 20h45 (horário de Brasília), pelo Canal Brasil.

Cinema nortista em foco

Ao longo de cinco décadas de Festival de Gramado, o cinema da Região Norte teve poucas participações, mas com resultados marcantes. Em 1982, o amazonense Djalma Limongi Batista recebeu o Kikito de Melhor Direção com ‘Asa Branca: Um Sonho Brasileiro’. Em 2020, o curta ‘O Barco e o Rio’ (Bernardo Abinader) conquistou cinco Kikitos e impulsionou uma nova geração de realizadores amazônicos. Dois anos depois, ‘Noites Alienígenas’ (Acre) foi eleito Melhor Filme. Em 2024, o Pará integrou a mostra competitiva com ‘Mestras’.

Agora, ‘Os Avós’ entra para a história como o primeiro longa-documentário amazonense a disputar a mostra competitiva, reafirmando a Amazônia como território de inovação estética e reflexão política no cinema brasileiro contemporâneo.

Veja o trailer completo:

Leia mais: Autor amazonense, Milton Hatoum é eleito para Academia Brasileira de Letras
(*) Com informações da assessoria

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.