Financiamento apoia projeto para fortalecer manejo sustentável de recursos na Amazônia


15 de dezembro de 2020
Financiamento apoia projeto para fortalecer manejo sustentável de recursos na Amazônia
Brasil quer mostrar ações ambientais na COP26 (Reprodução/ Internet)

Com informações da assessoria

TEFÉ, AM – Fortalecer o processo de gestão participativa dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico sustentável, conservar a biodiversidade e incentivar a manutenção das reservas de carbono nas áreas úmidas amazônicas são os principais objetivos de um novo projeto financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) no Brasil, coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outros parceiros locais.

O investimento no valor de US$ 3,4 milhões doados pelo GEF e US$ 18,6 milhões de financiamento nacional, será direcionado para atividades desenvolvidas em três estados da federação: Pará, Amapá e Amazonas (desde a costa paraense e amapaense, até a região do médio Solimões, nos municípios de Tefé, Uarini, Alvarães e Maraã), impactando quase 6 mil pessoas e mais de 18 milhões de hectares.

“Este financiamento é essencial para a região amazônica. Espera-se que as cadeias produtivas sejam fortalecidas e consolidadas, para que, por um lado, isso se reverta em maior renda e qualidade de vida para as comunidades, e, por outro, traga melhores índices de conservação”, explicou João Valsecchi, diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

O projeto amplia e reforça as ações que já são realizadas pelo Instituto Mamirauá na região, atuando também com o desenvolvimento e aplicação de tecnologias para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. A ideia é fortalecer e consolidar cadeias produtivas de insumos tradicionalmente utilizados pela população local e melhorar o índice de sustentabilidade dessas atividades econômicas. Entre elas, a extração de madeira, o manejo de pescado com foco no pirarucu, o manejo de jacarés, o manejo de caranguejo-uçá e o manejo de mangue. Como relação de causa e efeito, espera-se que a valorização das atividades sustentáveis contribua para diminuição da pressão sobre o meio ambiente local, como a redução da extração da madeira de forma ilegal.

“Esse projeto tem um grande potencial de se transformar em referência para todo o território nacional, uma vez que o Instituto Mamirauá é uma organização que trabalha a interação entre a população e seu ambiente, capacita lideranças locais, produz conhecimento científico como base para suas estratégias de intervenção e também como base para pesquisas científicas”, destacou Marcus Barreto, ponto focal operacional do GEF para o Brasil.

Para o Representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, o fortalecimento das atividades na região também é importante do ponto de vista humano e social, uma vez que não foca apenas nos recursos naturais, mas também na comunidade local. “Este projeto busca abordagens sustentáveis para a gestão comunitária dos recursos naturais. Na FAO, estamos cientes da importância de trabalhar com as comunidades sob uma perspectiva de governança de recursos naturais e temos consciência de que é necessário trabalhar pelo meio ambiente sim, mas com sua gente”.

Sobre a Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica abriga 10% da biodiversidade do planeta, 20% da água doce do mundo, fornece importantes serviços ecossistêmicos, armazena mais de 100 bilhões de toneladas de carbono e é essencial para a subsistência de mais de 34 milhões de pessoas. O manejo adequado desta floresta tropical por excelência e de sua biodiversidade é fundamental para a manutenção do clima global e mitigação dos impactos do crescimento da população humana na sustentabilidade ambiental e segurança alimentar para os povos da região.

As comunidades que vivem nos ecossistemas inundados da Amazônia desenvolveram um conhecimento incrível sobre a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas, mas, acima de tudo, sobre os recursos pesqueiros. A Amazônia possui as maiores taxas de consumo de pescado do mundo, sendo ele uma das mais importantes fontes de proteína para a população regional. Em toda a Bacia Amazônica, a pesca é considerada a principal fonte de renda para cerca de 200 mil pessoas, chegando a 72% da renda total anual de algumas comunidades ribeirinhas.

GEF na América Latina e Caribe

Além do Brasil, outros cinco países da América Latina e do Caribe terão seus projetos implementados por financiamento do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF) com o apoio da FAO no valor total de mais de US$ 27 milhões, com cofinanciamento de aproximadamente US$ 184 milhões. Espera-se que esses projetos beneficiem diretamente mais de 439 mil pessoas.

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