Flávio Bolsonaro é cotado para Presidência após STF confirmar condenação do pai


Por: Cenarium*

08 de novembro de 2025
Flávio Bolsonaro é cotado para Presidência após STF confirmar condenação do pai
O senador Flávio Bolsonaro (Reprodução/Agência Senado)

MANAUS (AM) – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) assumiu nos últimos meses a linha de frente de Jair Bolsonaro (PL) nos bastidores políticos e vem adotando uma defesa pública mais enfática do pai e dura contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento intensificou apostas de aliados para seu nome como alguém que Bolsonaro gostaria de indicar como sucessor ao Palácio do Planalto, embora o cenário ainda seja incerto.

A avaliação que, para alguns, é mais um temor, é que o ex-presidente confia mais em seus filhos e acharia justo manter no clã o espólio eleitoral. Dentro dessa lógica, Flávio seria o nome mais viável.

Além disso, interlocutores que estiveram com Bolsonaro nas últimas semanas relatam que ele põe empecilhos a todos os outros nomes citados, de governadores à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A auxiliares, ele reafirmou recentemente que ela será candidata ao Senado pelo Distrito Federal.

Senador Flávio Bolsonaro (Edilson Rodrigues / Agencia Senado)

Por outro lado, o ex-presidente dá sinais contraditórios e, com o isolamento da prisão domiciliar, o contato com o mundo político fica restrito. Em determinado momento, segundo relatos à Folha, ele já chegou a dizer que não quer sua família em cargos do Executivo, por acreditar que seus ocupantes são mais suscetíveis que os parlamentares a supostas perseguições do Judiciário.

Bolsonaro já foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além disso, nesta sexta-feira os ministros da Primeira Turma do STF votaram, por unanimidade, para rejeitar os primeiros recursos da defesa no caso da trama golpista, no qual ele foi condenado a 27 anos de prisão —o que pode deixá-lo sem direito de concorrer até 2062.

A iminência de um desfecho para o caso ampliou as pressões de setores da sociedade e do mundo político por uma decisão sobre 2026.

No início do ano, havia expectativa de que, quando fosse preso, Bolsonaro anunciasse a quem gostaria de entregar o seu capital político. Com isso, os partidos de direita poderiam organizar suas candidaturas e campanhas para o próximo ano. O nome preferido era e continua sendo o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Flávio sempre negou publicamente qualquer alternativa ao pai na disputa ao Planalto e diz ser candidato à reeleição no Senado, mas seu nome se mantém na bolsa de apostas há meses. Como a Folha mostrou em julho, aliados diziam à época que a disputa estava afunilando entre o senador e Tarcísio.

Desde então, o ex-presidente foi colocado em prisão domiciliar antes do esperado, em agosto. Outros nomes surgiram para a sucessão, notadamente, de governadores de direita e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em paralelo, a atuação deste nos Estados Unidos levou a tarifas a produtos brasileiros, além de sanções a ministros do STF.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes (Rosinei Coutinho/STF)

Nesse movimento, Tarcísio teria se desanimado para a disputa. Ele visitou Bolsonaro mais de uma vez, repetindo na saída que é candidato à reeleição em São Paulo. A interlocutores, diz que só deixaria o Palácio dos Bandeirantes se fosse a pedido do ex-presidente —algo que, até o momento, não teria sido formalizado.

Bolsonaro, por sua vez, diz que este não é o momento de decidir quem indicará, só mais adiante, sem dizer quem escolherá ou qual o prazo que definiu.

Parte dos interlocutores do ex-presidente acredita que o governador será mesmo o candidato, e que há alguma espécie de acordo tácito entre Tarcísio e Bolsonaro para que o anúncio seja feito apenas no próximo ano, antes da janela partidária.

Atuação nos bastidores

Enquanto isso, Flávio mantém a interlocução primordial com o mundo político. Ele discute candidaturas internamente e com outros partido, como porta-voz do pai, um papel de bastidor que ele já é conhecido por exercer.

Flávio foi escalado pelo pai para ir aos Estados Unidos conversar com Eduardo para “alinhar discurso” com o irmão. O deputado adotou um tom mais radical desde que foi para o exterior e não tem poupado ataques a aliados de direita, em especial Tarcísio. A troca de farpas pública é algo que incomoda Bolsonaro.

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado (Ton Molina/STF)

Aliados de Eduardo dizem que eles conversaram sobre 2026 e que os dois estarão juntos apoiando o mesmo candidato que o ex-presidente. O senador também tem intensificado ataques ao governo Lula (PT), sobretudo no que diz respeito à segurança pública, e ao STF.

Dos filhos, Flávio sempre foi o mais moderado e defendia uma anistia “a todos, inclusive a Moraes”. Depois, adotou tom mais crítico e passou a defender o impeachment do magistrado.

(*) Com informações da Folha de S. Paulo

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