Força Nacional é prorrogada na TI Sararé após Ibama relatar danos ambientais provocados pelo garimpo ilegal
23 de janeiro de 2023
A prorrogação foi autorizada pela Portaria N° 284, publicada pelo ministério, no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 23 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium*
BRASÍLIA – O Ministério da Justiça e Segurança Pública prorrogou o emprego da Força Nacional de Segurança Pública na Terra Indígena Sararé, localizada no Mato Grosso, em apoio à Fundação Nacional do Índio (Funai). O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem relatado danos ambientais na região, provocados pelo garimpo ilegal.
A prorrogação foi autorizada pela Portaria N° 284, publicada pelo ministério no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 23. A atuação tem prazo de 60 dias, a serem encerrados em 22 de março, com foco “nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
O garimpo ilegal de ouro, na região, tem sido denunciado pelo Ibama (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O garimpo ilegal de ouro, na região, tem sido denunciado pelo Ibama. Em nota publicada no fim de dezembro, o órgão informou que, entre julho de 2016 e novembro de 2022, “foram degradados 340 hectares de área de floresta nativa na Terra Indígena Sararé, com a atividade de garimpo ilegal, além do assoreamento de cursos d’água, contaminação, desmatamento e mortandade dos peixes nos rios”.
Danos ambientais
Segundo o Ibama, os danos ambientais provocados pelo garimpo decorrem da remoção da cobertura vegetal, bem como da camada superficial do solo, feitas pelos garimpeiros com o intuito de alcançar a porção sedimentar com potencial de encontrar ouro.
Essa remoção é feita por meio de jatos de água, e a polpa resultante é então bombeada para as chamadas “mesas gravimétricas”, feitas de madeira forrada com carpete para separar o minério dos demais resíduos, que acabam virando uma lama a ser descartada no local.
“Os carpetes que retêm as partículas de ouro são lavados com mercúrio, em bateia, para que, juntas, as partículas formem uma amálgama. O material é queimado com maçarico, o que faz com que o mercúrio evapore e reste o ouro bruto. O uso do mercúrio contamina a água, os peixes e os seres humanos, além do desmatamento causado para acessar o subsolo e assoreamento dos rios”, informou o Ibama.
Escavadeiras hidráulicas são também usadas nesse processo, de forma a dar escala à produção – e, consequentemente, aumentar ainda mais os danos ambientais.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.