Fumaça: Rondônia enfrenta crise ambiental em meio a omissão do Estado
02 de setembro de 2024

Camila Pinheiro – Da Cenarium
PORTO VELHO (RO) – A fumaça densa que atinge a capital de Rondônia, Porto Velho (RO), tem causado transtornos que incluem o cancelamento de voos e a deterioração da qualidade do ar, que atingiu níveis considerados perigosos para a saúde pública. Em 2024, o Estado registrou 4.197 focos de incêndios nas cidades e 690 em áreas de conservação, totalizando 4.887 focos, o dobro de 2023.
Os dados também apontam que o fogo destruiu 107.216 hectares de floresta. A crise ambiental, que foi agravada pelas queimadas que assolam a região Norte do País nas últimas semanas, se somam à omissão do governo estadual.
Em 2022, o governador Marcos Rocha (União Brasil) se recusou a assinar a carta do Consórcio dos Governadores da Amazônia Legal, entregue ao então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a COP27. O evento foi realizado no Egito em novembro daquele ano e propunha compromissos pelo desenvolvimento sustentável e preservação ambiental.

A ausência de um engajamento formal do governo estadual tem gerado críticas de ambientalistas e da população, que clamam por ações mais efetivas e imediatas. Na terça-feira, 27, Rocha decretou estado de emergência por causa dos incêndios florestais e proibiu o uso do fogo por 90 dias.
O texto citou “situação crítica de estiagem” que atinge a região desde o segundo semestre de 2023, por conta da redução significativa das chuvas. Apesar da gravidade da situação o governo de Rondônia pouco fez para criar medidas de prevenção às queimadas.
A falta de ação governamental não só agrava a crise ambiental, mas também coloca em risco a saúde e o bem-estar dos cidadãos. Nesse período, os hospitais públicos recebem um grande contingente de pessoas com problemas respiratórios, agravados pela fumaça. Crianças, idosos e pessoas com problemas genéticos são os mais afetados.