G20 em Belém: performance artística alerta para transição energética justa


Por: Fabyo Cruz

01 de novembro de 2024
G20 em Belém: performance artística alerta para transição energética justa
A drag queen e ativista Tristan Soledade (Fabyo Cruz/CENARIUM)

BELÉM (PA) – Durante o encerramento do encontro do Grupo de Trabalho de Redução de Risco de Desastres (GTRRD) do G20, em Belém, nesta sexta-feira, 1º, uma performance artística chamou atenção para a urgência de uma transição energética justa e acessível. A artista drag Tristan Soledade, em parceria com a campanha “Energia dos Povos”, protagonizou uma intervenção que ecoou a luta das comunidades amazônicas por uma energia limpa e acessível.

O evento, realizado no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, na capital paraenses reuniu, desde a última quarta-feira, 30, autoridades internacionais e locais, sob coordenação do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e do Ministério das Cidades, no contexto da presidência brasileira do G20.

O Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) (Reprodução/Gov.br)

Drag queen e ativista de Belém com 13 anos de carreira, Tristan Soledade integrou a performance com um discurso engajado e provocativo, ressaltando a força da arte como catalisadora das mudanças sociais no planeta.

“A arte é um meio de falar sobre nossas insurgências. Participo desse evento porque é fundamental que a Amazônia seja ouvida, não apenas falada. Pessoas de fora vêm, mas é importante que elas escutem a realidade das comunidades locais”, afirma a artista, que é fundadora do coletivo artístico Noite Suja.

Tristan Soledade durante performance (Fabyo Cruz/CENARIUM)

A presença de ativistas da região trouxe uma nova dimensão à pauta, conectando arte e reivindicação política, afirma a jornalista Fernanda Damasceno, que integra a campanha. “A gente está lançando, hoje, o site energiadospovos.org e vem pautando por uma transição energética justa, acessível e democrática para os povos da Amazônia e de todo o Brasil”, explica.

A campanha, coordenada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Observatório do Marajó e a organização internacional 350.org, defende o acesso universal e sustentável à energia para as populações amazônicas. Segundo Fernanda, a ideia é garantir que as famílias de baixa renda na região tenham acesso a um desconto integral na tarifa social para um consumo básico de 200 kWh mensais.

A jornalista Fernanda Damasceno (Fabyo Cruz/CENARIUM)

“A transição energética passa pelo debate do acesso à energia, que ainda é muito escasso na Amazônia. Não queremos petróleo na Amazônia, queremos uma energia acessível, limpa e sustentável”, enfatiza.

Para os organizadores da iniciativa, a campanha Energia dos Povos busca dialogar com o público internacional e pressionar para que políticas energéticas considerem as demandas das comunidades tradicionais da Amazônia.

Leia mais: Movimentos sociais lideram pautas no encontro do G20 em Belém
Editado por Adrisa De Góes

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