General do Exército no AM está entre indiciados por tentativa de golpe


Por: Marcela Leiros

22 de novembro de 2024
General do Exército no AM está entre indiciados por tentativa de golpe
O general Nilton Diniz Rodrigues (Reprodução)

MANAUS (AM) – O general Nilton Diniz Rodrigues, atual comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros da capital Manaus (AM), é mais um militar ligado ao Amazonas que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, em 2022.

Além do general, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que comandou 3ª Companhia de Forças Especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA), preso na terça-feira, 19, por envolvimento no plano golpista, também está entre os indiciados. Os nomes deles constam na lista de 24 militares envolvidos no plano que incluía assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

Diniz Rodrigues é o atual comandante da brigada na região de fronteira com a Venezuela, localidade conhecida como “cabeça de cachorro“. O indiciamento do general chama atenção porque ele continua na ativa, em cargo considerado de prestígio, e por ser a primeira vez que o nome do militar aparece nas investigações.

Seu indiciamento pode estar relacionado ao fato de ter sido assistente do general Freire Gomes, que comandou o Exército de março a dezembro de 2022, fim do Governo Bolsonaro. Segundo fontes da PF, o general foi chamado a depor, em 6 de novembro, porque seu nome apareceu em mensagens obtidas pelos investigadores, após perícia em equipamentos apreendidos na apuração.

Indiciados

Na terça-feira, 19, a Polícia Federal (PF) deflagrou a “Operação Contragolpe“ e prendeu envolvidos em um plano que visava assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Além de Lima, foram presos outros militares e um policial federal, que tinha o objetivo de subverter a ordem democrática no País. Segundo informações da PF, o grupo, formado por militares especializados em Operações Especiais e conhecidos como “Kids Pretos”, criou um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”.

A PF indiciou, nessa quinta-feira, 21, 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe, agora, à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se denuncia ou não os nomes listados.

Veja quem são os indiciados:

De acordo com o relatório da PF, Bolsonaro tinha conhecimento do plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF Alexandre de Moraes;

Ex-presidente Jair Bolsonaro (Divulgação)
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros

Ex-major do Exército e advogado, o militar foi candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022, autodenominando-se “01 de Jair Messias Bolsonaro”. Em maio de 2023, ele foi preso pela PF por suspeita de envolvimento em fraudes nos certificados de vacinação contra a Covid-19, que teriam beneficiado Bolsonaro e a família;

Ailton Gonçalves Moraes Barros (Reprodução)
  • Valdemar Costa Neto

Presidente do Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro, e figura influente na política brasileira;

O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto (Reprodução)
  • Alexandre Castilho Bitencourt da Silva

Coronel do Exército, identificado pela PF como um dos autores de uma carta que pressionava por um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022;

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, coronel do Exército (Reprodução)
  • Amauri Feres Saad

Segundo a CPI dos Atos Golpistas, o professor de direito administrativo e constitucional Amauri Feres Saad teria dado assessoria jurídica a Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, na elaboração de uma minuta que previa a ruptura democrática no Brasil;

O professor de Direito Administrativo e Constitucional Amauri Feres Saad (Reprodução)
  • Walter Souza Braga Netto

General de Exército da reserva, exerceu os cargos de ministro-chefe da Casa Civil e ministro da Defesa no Governo Bolsonaro. Foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, em 2022. De acordo com a PF, a casa dele foi usada para realização de reuniões com teor golpista;

O general de Exército da reserva, Walter Souza Braga Netto (Reprodução)
  • Mauro Cesar Barbosa Cid

Conhecido como “Coronel Cid”, o militar foi ajudante de ordens de Bolsonaro e também está envolvido em esquema de falsificação de documentos e outras atividades ilícitas. Ele assinou acordo de colaboração premiada após o avanço das investigações;

O coronel Mauro Cid (Reprodução)
  • Anderson Lima de Moura

Coronel da ativa do Exército, a PF identificou o militar como um dos autores da carta que pressionava por um golpe de Estado em 2022;

O coronel da ativa do Exército, Anderson Lima de Moura (Reprodução)
  • Militar Angelo Martins Denicoli

Ex-diretor de monitoramento e avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS);

O militar Angelo Martins Denicol (Reprodução)
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira

General de Exército da reserva, foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o Governo Bolsonaro. O militar, de acordo com as investigações, também teve participação em encontros para discutir formas de Bolsonaro se manter no poder após a derrota nas urnas;

O general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Reprodução)
  • Coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto

Coronel do Exército é apontado como um dos participantes em reuniões golpistas visando impedir a posse de Lula. Preso ao retornar de missão nos EUA, o militar é considerado aliado de Mauro Cid e integra o grupo dos “Kids Pretos” no Exército.

O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto (Reprodução)
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

General de Exército, foi comandante do Exército Brasileiro e ministro da Defesa durante o Governo Bolsonaro;

O general de Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Reprodução)
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Engenheiro que reivindicou, sem sucesso, a patente da urna eletrônica no Brasil, em 1996. Em 2022, fundou o Instituto Voto Legal e foi contratado pelo PL para questionar a lisura das eleições;

O engenheiro Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (Reprodução)
  • Carlos Giovani Delevati Pasini

Coronel da reserva, doutor em Educação e ex-professor do Colégio Militar de Belém. Foi indiciado em 2024 por elaborar uma carta pressionando a cúpula militar a apoiar um golpe após a eleição de Lula;

O coronel da reserva, Carlos Giovani Delevati Pasini (Reprodução)
  • Hélio Ferreira Lima

Integrante do grupo dos “Kids Pretos”, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima comandou 3ª Companhia de Forças Especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA). Ele foi preso preventivamente nessa terça-feira, 19, por suposto envolvimento no plano golpista;

Hélio Ferreira Lima (Reprodução)
  • Cleverson Ney Magalhães

Coronel do Exército Brasileiro e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres. Em fevereiro de 2024, ele foi alvo da Operação Tempus Veritatis, conduzida pela PF;

O coronel do Exército Brasileiro Cleverson Ney Magalhães (Reprodução)
  • Alexandre Rodrigues Ramagem

Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e aliado de Bolsonaro. Atualmente ele ocupa o cargo de deputado federal.

O ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Rodrigues Ramagem (Reprodução)
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

General de quatro estrelas do Exército e ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (COTER). O militar participou de reuniões com Bolsonaro e liderou articulações para ações clandestinas e antidemocráticas com o grupo “Kids Pretos”, segundo apontou a PF;

O general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (Reprodução)
  • Fabrício Moreira de Bastos;

O militar é bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, é coronel e foi adido do Exército em Tel Aviv, capital de Israel.

  • Almir Garnier Santos

Almirante de Esquadra, foi comandante da Marinha do Brasil durante o Governo Bolsonaro. O militar é apontado como o único dos três chefes das Forças Armadas que colocou tropas à disposição das ações para ruptura democrática no final de 2022;

O almirante de Esquadra, Almir Garnier Santos (Reprodução)
  • Fernando Cerimedo

Empresário e marqueteiro argentino;

O empresário Fernando Cerimedo (Reprodução)
  • Giancarlo Gomes Rodrigues

Subtenente do Exército e um dos responsáveis pelo monitoramento clandestino de opositores políticos;

O tenente-coronel PM Giancarlo (Reprodução)
  • Guilherme Marques de Almeida

Tenente-coronel e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia;

O coronel do Exército, Guilherme Almeida (Reprodução)
  • Anderson Gustavo Torres

Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, investigado pela atuação dele durante os eventos de 8 de janeiro de 2023. Torres guardava uma minuta de decreto que previa ações ilegais para mudar o resultado da eleição de 2022. O documento foi encontrado na casa do ex-ministro no âmbito de uma operação de busca e apreensão;

O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres (Reprodução)
  • José Eduardo de Oliveira e Silva

Padre católico da Diocese de Osasco e doutor em Teologia Moral. Indiciado pela PF, ele era um dos investigados por suposta participação em reuniões golpistas. É ativo nas redes sociais, defende pautas conservadoras e critica a ideologia de gênero e o aborto.

O padre católico José Eduardo de Oliveira e Silva (Reprodução)
  • Marcelo Bormevet

Policial federal, a investigação da PF apontou que ele deu ordens a um subordinado, Giancarlo Gomes Rodrigues, para mandar “bala” e “sentar o pau” [sic]” em um assessor do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso;

O policial federal Marcelo Bormevet (Reprodução)
  • Mario Fernandes

General da reserva, apontado como um dos líderes de grupos golpistas;

Mário Fernandes, general da reserva (Reprodução)
  • Tércio Arnaud Tomaz

Ex-assessor especial de Bolsonaro, integrante do chamado “gabinete do ódio”. Ele era responsável por estratégias digitais;

Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor especial de Bolsonaro (Reprodução)
  • Filipe Garcia Martins

Ex-assessor especial para assuntos internacionais de Bolsonaro;

O ex-assessor Filipe Garcia Martins (Reprodução)
  • Marcelo Costa Câmara

Coronel do Exército, foi ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Câmara foi alvo da “Operação Tempus Veritatis“;

O coronel do Exército Marcelo Costa Câmara (Reprodução)
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Neto do ex-presidente do regime militar João Figueiredo, investigado por suposto envolvimento em atos antidemocráticos;

Paulo Renato Filho (Reprodução)
  • Nilton Diniz Rodrigues

General de Brigada do Exército, comandando a 2ª Brigada de Infantaria de Selva no Amazonas desde 2023. Foi convocado em 2024 para depoimento sobre a possível participação no 8 de janeiro de 2023. O nome dele surgiu nas investigações após análise de dados;

General de brigada do Exército, Nilton Diniz Rodrigues (Reprodução)
  • Laercio Vergilio

Nome associado a manifestações e políticas ultraconservadoras;

Laercio Vergilio (Reprodução)
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior

Tenente-coronel do Exército, especialista em Comunicações e investigado no inquérito da PF que foi concluído nesta quinta-feira;

Ronald Ferreira de Araújo Júnior (Reprodução)
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros

O tenente-coronel Cavaliere foi alvo da Operação Tempus Veritas que apura a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, depois das eleições de 2022;

  • Wladimir Matos Soares

Policial federal preso preventivamente nessa terça-feira, 19, no âmbito da Operação Contragolpe, Wladimir é apontado como participante do esquema após a análise de materiais apreendidos com outros investigados;

Policial Federal Wladimir Matos (Reprodução)

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