Nos Estados Unidos, governador da Flórida quer tirar de atleta trans medalha de torneio universitário


23 de março de 2022
Nos Estados Unidos, governador da Flórida quer tirar de atleta trans medalha de torneio universitário
Lia venceu a prova dos 500 metros livre (Joseph Prezioso / AFP)

Com informações do InfoGlobo

O governador da Flórida, Ron DeSantis, do Partido Republicano, afirmou que pretende pedir a impugnação do resultado da prova que coroou a atleta transgênero Lia Thomas campeã dos 500m estilo livre em um torneio universitário dos Estados Unidos. O político pretende que o título fique com a segunda colocada na prova, Emma Weyant.

“Se você olhar para o que a NCAA fez ao permitir basicamente que os homens competissem no atletismo feminino, e neste caso a natação (…) Você tinha a mulher que terminou em primeiro, era de Sarasota (cidade da Flórida), Emma Weyent. Ela ganhou a medalha de prata, mesmo sendo uma superestrela em toda a sua carreira. Precisamos parar de permitir que se perpetuem fraudes para o público”, disse o político.

DeSantis é do mesmo estado no qual nasceu Emma Weyant. Ela, no entanto, disputou o torneio representando a Universidade da Virgínia, onde estuda, e perdeu a prova de 500 metros estilo livre para Thomas por apenas 1,75 segundo, com o tempo de 4m34s99, o melhor de sua carreira.

“Precisamos parar de permitir que organizações como a NCAA perpetuem fraudes. Ela [Emma] ganhou isso. Competir nesse nível é muito difícil. E você não sai da cama e faz isso. Isso exige coragem. Isso exige determinação. Ela teve o tempo mais rápido de qualquer mulher no atletismo universitário”, declarou DeSantis.

Ron DeSantis quer tirar medalha de atleta trans Foto: Reprodução
Ron DeSantis quer tirar medalha de atleta trans Foto: Reprodução

Competindo pela Universidade da Pensilvânia, Lia se tornou a primeira mulher trans a conquistar um título universitário nos Estados Unidos, vencendo a prova com a marca de 4min33s24. A nadadora já havia sido alvo de críticas em 2021, após quebrar uma série de recordes universitários, por exemplo, ao terminar uma prova 38 segundos à frente da segunda colocada.

A atleta, que é uma mulher transexual, nadou entre os homens por três anos, sob o nome de batismo Will Thomas, e trocou de categoria após um ano de hiato. A USA Swimming, órgão americano que regula o esporte, modificou recentemente as regras para a presença de pessoas transgêneros em suas competições.

No entanto, a entidade decidiu não implementar as regras já em 2022, considerando que “mudanças adicionais neste momento poderiam ter impactos injustos e potencialmente prejudiciais” para os atletas. Erica Sully, outra rival de Lia na prova da última semana, negou que tenha feito qualquer tipo de protesto no pódio.

“Ser submetida a falsas alegações na mídia conservadora devido a esta foto com minhas amigas de Tóquio não é algo que acontece todos os dias. Como a foto ainda está circulando, achei que seria mais fácil postar a foto minha apertando a mão de Lia depois de sua INCRÍVEL prova de 500 metros livre”, postou a atleta.

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