Governador do Acre, Gladson Cameli é alvo de operação da PF sobre corrupção e lavagem de dinheiro

O governador do Acre, Gladson Cameli (Reprodução/ Internet)
Com informações da CNN

O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), está entre os alvos da operação “Ptolomeu”, deflagrada pela Polícia Federal em apoio com a Controladoria-Geral da União, nesta quinta-feira, 16. Os policiais cumpriram mandados de buscas no gabinete e na casa do governador. No total, foram expedidos 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão, divididos em quatro Estados.

O único mandado de prisão tinha como alvo um assessor ligado ao governador Gladson Cameli, que já foi preso.

A ação tramita no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi determinada pela ministra Nancy Andrighi. De acordo com as autoridades, foi identificado um grupo criminoso controlado por empresários e agentes políticos ligados ao governo estadual acreano.

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De acordo com uma nota da Polícia Federal, os membros da organização “atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos”.

A operação mobilizou 150 policiais federais e 10 auditores da CGU.

“Além disso, o Superior Tribunal de Justiça decretou inúmeras medidas cautelares diversas da prisão, dentre as quais: o afastamento da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados”, afirmou a PF.

O STJ também determinou o bloqueio de R$ 7 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de veículos de luxo.

O nome da operação faz referência ao apelido utilizado por um dos investigados, que faria alusão à cidade natal de grande parte dos investigados.

CNN entrou em contato com o Governo do Acre, mas não houve retorno até o momento.

A investigação

A Polícia Federal do Acre afirma ter reunido “vasto conjunto de elementos probatórios que demonstram o aparelhamento da estrutura estatal com a finalidade de promover diversos crimes contra a administração pública”.

Os policiais identificaram dezenas de transações financeiras suspeitas em contas-correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por parte de laranjas, além de transações com imóveis de alto valor e compras subfaturadas de carros de luxo.

“Verificou-se, ainda, a prática constante de altas movimentações de valores em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública”, complementa a PF.

A CGU constatou sete empresas para as quais foi empenhado um valor de R$ 142 milhões em contratos com o poder público durante o período investigado – R$ 17 milhões de convênios federais e repasses do SUS e do Fundeb.

“Foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados”, informou a Polícia.

Joias apreendidas pelos policiais durante operação “Ptolomeu”, nesta quinta-feira (16). / Polícia Federal
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