Governador do AM vai acionar STF para reverter redução de imposto que afeta Zona Franca de Manaus


26 de fevereiro de 2022
Governador do AM vai acionar STF para reverter redução de imposto que afeta Zona Franca de Manaus
Governador do AM anunciou que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AM) vai mover uma ação no Supremo Tribunal Federal (Roberto Carlos)

Ana Pastana – Da Revista Cenarium

O governador do Amazonas, Wilson Lima, realizou neste sábado, 26, uma coletiva de imprensa para falar sobre a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), conforme decreto publicado na tarde desta sexta-feira, 25, pelo presidente Jair Bolsonaro.

Nos próximos dias, Lima terá uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na tentativa de reverter a situação. “Nos próximos dias eu tenho uma reunião marcada com o ministro Paulo Guedes para apresentar, junto com a minha equipe, soluções técnicas e apresentar números, para que a gente consiga reverter essa decisão. E é possível que ela seja tecnicamente revertida”, afirmou.

Para Lima, a maior preocupação são os empregos diretos e indiretos que serão afetados pela redução. “A nossa grande preocupação é com o pai e com a mãe que estão empregados no distrito industrial, que dependem desse salário para ganhar o sustento das suas famílias”, enfatizou.

“A decisão que o Governo Federal tomou foi tentando construir uma questão tributária justa para o Brasil, mas para ser justa para o Brasil, o Amazonas tem que ser tratado de forma diferente”.

Afirmou o governador Wilson Lima em coletiva de imprensa.

De acordo com Lima, o Amazonas tem que ser tratado de forma diferente dos outros Estados pela logística dificultosa que o Estado possui. “Aqui, só se chega de barco ou de avião, a gente não tem conexão via estrada com o restante do Brasil. Temos a BR-319 e enfrentamos problemas históricos que todos nós conhecemos”, diz.

Considerando a boa relação entre o Governo Federal e o Governo do Amazonas, Lima tem esperanças de conseguir reverter o decreto de forma amigável, mas caso não seja possível, o governador pretende acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). “Nós já estamos tratando com a Procuradoria qual instrumento devemos usar; vamos sim recorrer ao Supremo Tribunal Federal em paralelo a essas conversas”, disse.

De acordo com a PGE-AM, há respaldo jurídico para essa demanda, uma vez que o modelo da Zona Franca de Manaus está previsto na Constituição Federal e, portanto, ocorre violação da Constituição de forma direta. Em outra ocasião, relativa à ADI 310, o STF julgou em favor do Amazonas e decidiu, por unanimidade, manter incentivos fiscais do Estado no ano de 2014.

“Hoje, inclusive, conversei com o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira; e nos próximos dias tenho uma reunião marcada com o ministro Paulo Guedes. Eu tenho uma boa relação com o Governo Federal, e é usando essa relação, usando números, que a gente vai trabalhar nesse processo de convencimento para que o modelo Zona Franca de Manaus possa ser preservado”, destacou o governador.

CAS

O Conselho de Administração da Suframa (CAS) esteve reunido na última quinta-feira, 24, quando a Secretária Executiva do Ministério da Economia, Daniella Marques, garantiu que a Zona Franca de Manaus (ZFM) seria preservada no decreto da redução.

Em nota, o economista Farid Mendonça Júnior ressalta que se não houver mudanças no decreto federal, a economia do Estado e, especialmente, da capital Manaus, entrará em colapso. “Ao conversar com alguns diretores, de algumas fábricas de peso presentes no Polo Industrial de Manaus, recebi a informação de que com este patamar de redução é inviável continuar as operações em Manaus. Se não houver qualquer mudança de atitude, por parte do Governo Federal, a atividade econômica no Estado do Amazonas, em especial, na cidade de Manaus, entrará em colapso”, disse.

Faturamento e empregos

De acordo com dados da Suframa, a Zona Franca de Manaus teve faturamento recorde de R$ 158 bilhões, em 2021, um aumento de 31,9% na comparação com 2020. Além disso, o modelo gera mais de 100 mil empregos diretos.

Bancada Federal

A bancada Federal, composta por deputados e senadores do Amazonas, se pronunciou por meio de nota sobre o posicionamento, efeitos e consequências do decreto. “Reiteramos que este decreto compromete o futuro industrial de Manaus. Assim, como representantes dos amazonenses, no Congresso Nacional, lutaremos de forma incessante para preservar o emprego dos amazonenses e não descansaremos enquanto não for construída uma solução que preserve o desenvolvimento econômico e social do Estado”, diz a nota.

Assim como o governador do Amazonas, a bancada também pretende apresentar soluções técnicas para que a situação seja revertida de forma amigável. “Nosso compromisso é apresentar as soluções ao ministro Paulo Guedes e equipe para que o diálogo com as autoridades econômicas possam reverter este quadro catastrófico gerado por tal decreto”, conclui.

Leia a nota na íntegra:

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