Governador do Amazonas diz que comitê vai acompanhar situação no Sul do Estado
Por: Ana Pastana
03 de julho de 2025
MANAUS (AM) – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), afirmou, nesta quinta-feira, 3, que o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais vai a Apuí, no Sul do Amazonas, apurar possíveis excessos por parte de agentes públicos em ações de fiscalização ambiental no município.
Segundo Wilson Lima, não houve pedido do Estado para a destruição de propriedade e benfeitorias, nem que trabalhadores dentro da legalidade fossem punidos durante ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Lima afirma que o governo do Estado “fez uma comunicação sobre o que estava acontecendo no município de Apuí sobre os índices elevados de desmatamento e também de queimadas”.
“Nós estamos desembarcando na segunda-feira no município de Apuí com uma equipe de aproximadamente 20 pessoas para que sejam ouvidas instituições, associações, cooperativas, prefeitura e Câmara de Vereadores para entender quais os caminhos que a gente vai seguir no sentindo de garantir a devida segurança jurídica para esses pequenos produtores“, disse Wilson Lima.
A fala aconteceu depois da ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), Marina Silva, afirmar, durante audiência na Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira, 2, que as ações de fiscalização do Ibama no município aconteceram após pedido do governo do Estado. As ações do órgão federal foram consideradas agressivas quando, segundo denúncias, propriedades, materiais e terrenos foram destruídos durante a fiscalização no Sul do Estado.
No dia 21 de junho, uma página do Facebook publicou vídeos da manifestação que aconteceu no município de Apuí contra o órgão ambiental. “Apuí pede socorro“, “Fora Ibama“, “Agricultor não é bandido” e “Somos trabalhadores” foram algumas das frases em placas no ato.
Questionada durante a audiência, Mariana afirmou que as ações do Ibama acontecem em parceria com o governo do Estado. “O governo do Estado do Amazonas, por ofício, pediu ajuda ao Ibama para que o Ibama fizesse ação de fiscalização, junto com o Estado, em parceria, pela gravidade do problema, do aumento do desmatamento e da violência, e, às vezes, da insuficiência, porque a gente se ajuda. Foi um pedido. E nós trabalhamos juntos, ombreamos com os Estados, para fazer esses avanços todos que nós temos conseguido, e o governo federal não tem nenhum problema em dar o crédito quando é a parceria“, declarou.
O ofício ao qual ministra se refere foi enviado pelo secretário de Meio Ambiente do Amazonas (Sema), Eduardo Taveira, em 9 de junho deste ano, solicitando o apoio de fiscalização ambiental nas áreas de maior incidência de ilícitos. No documento, Taveira afirmou ainda que “a cooperação é fundamental para coibir práticas ilegais, assegurar a integridade dos ecossistemas locais e garantir o cumprimento da legislação ambiental“.