Governador do Amazonas projeta aliança do União Progressista com PL no Estado


Por: Ana Cláudia Leocádio

29 de abril de 2025
Governador do Amazonas projeta aliança do União Progressista com PL no Estado
Wilson Lima, afirmou que vê como uma possibilidade real a aliança do União Progressista (UP) com o Partido Liberal (PL) (Divulgação)

BRASÍLIA (DF) – O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que vê como uma possibilidade real a aliança do União Progressista (UP) com o Partido Liberal (PL) nas eleições de 2026, no Estado. A declaração foi feita logo após a cerimônia de lançamento da nova federação entre os partidos União Brasil e Progressistas, nesta terça-feira, 29, no Salão Negro da Câmara dos Deputados. Lima foi um dos cinco governadores da Amazônia Legal presente no evento.

O novo bloco partidário será o maior do país, ocupando 20% das vagas do Congresso Nacional, com 109 deputados federais, 14 senadores, seis governadores, sendo cinco da região amazônica, e 1,4 mil prefeitos, o que lhe garantirá o acesso à maior fatia dos fundos eleitoral e partidário, que deve superar R$ 1 bilhão.

Participaram da cerimônia, ainda, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro. Por conta disso, Wilson Lima, embora não quisesse antecipar seu rumo político em 2026, disse que os dois partidos têm pensamentos convergentes.

“No Estado do Amazonas eu tenho uma boa relação com o presidente Alfredo (Nascimento), tenho uma boa relação com o presidente Jair Bolsonaro e com outros membros do partido, então eu vejo como uma possibilidade muito real”, afirmou.

O evento de fusão das siglas, que o governador Wilson Lima ocorreu no Congresso Nacional, em Brasília (Créditos: Ana Cláudia Leocádio/CENARIUM)

A representatividade dos governadores dentro dessa nova federação, com os governadores de Roraima, Antônio Denarium; de Rondônia, Coronel Marcos Rocha; do Acre, Gladson Cameli; e do Mato Grosso, Mauro Mendes, será um fator preponderante para pressionar o governo federal pelas demandas.

Para Wilson Lima, o Brasil precisa avançar em pautas importantes em relação à Amazônia, onde vivem 30 milhões de pessoas. “São 30 milhões de habitantes que lá vivem, que precisam de oportunidade, que precisam de emprego, que precisam avançar naquilo que é básico. Nós precisamos avançar, claro, de forma sustentável, mas a riqueza que está debaixo do solo, precisa ser revertida em forma de benefício para a nossa população”, ressaltou.

No caso do Amazonas, o governador é enfático na defesa da exploração do potássio e do petróleo e gás, que atualmente enfrentam ações na Justiça, que envolvem a consulta aos povos indígenas das regiões onde as empresas Potássio do Brasil (Autazes) e Eneva (Silves) estão instaladas.

Para Lima, o União Progressista é importante para que a região possa ter voz e seus pleitos atendidos. “Quando eu falo pleitos, falo de pleitos que são fundamentais para o Brasil e também para a Amazônia. A questão do desenvolvimento econômico com a exploração do potássio, para garantir segurança alimentar, o avanço na questão da exploração do gás natural. (…) a força que a gente precisa para que haja a pavimentação da BR 319 e tantas outras pendências que estão aqui em Brasília e que a gente vai poder avançar”, reiterou o governador.

Veja o pronunciamento de Wilson Lima:

Questionado sobre por que adiar o anúncio de sua possível candidatura ao Senado, se seus adversários já estão com o “bonde na rua”, Lima diz que seu foco está em trabalhar pelos que moram no Estado e que a eleição ainda está muito longe. Ele acredita, porém, que essa federação será decisiva em 2026. “Enquanto eles escolhem o caminho do palanque, eu escolho o caminho do asfalto, da saúde, da educação, eu tenho um compromisso com o povo do Amazonas”, disse.

Wilson Lima foi acompanhado pelo deputado federal Fausto Junior e pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), Roberto Cidade. O deputado Pauderney Avelino, que sempre foi contrário à federação, não participou da cerimônia. Ele ficou sozinho no plenário e disse que tem seus princípios a defender, por isso não concorda com essa união.

Demais governadores

Os demais governadores também falaram, durante a cerimônia, saudando a força que a federação deve trazer para todos, com uma mudança de rota nas decisões do país. Além deles, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado, também participaram do evento. Caiado tenta se viabilizar como candidato a presidente da República pela nova federação.

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (UP), deram às boas-vindas à nova força partidária. Alcolumbre disse que essa federação só saiu porque se abriu mão de interesses pessoais e regionais.

Estamos no caminho certo para a pacificação do Brasil. Muitas vezes somos chamados a decidir por um lado ou por outro, mas o caminho do equilíbrio, da ponderação, do diálogo e do entendimento é que faz um país, do tamanho do Brasil, seguir em frente”, disse.

A federação União Progressista terá uma presidência compartilhada pelos presidentes dos partidos União Brasil, Antônio Rueda, e do Progressistas, senador Ciro Nogueira, pelo menos até o final deste ano, quando será feita uma eleição para o comando nacional.

O que é uma federação

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a reunião de partidos em federação foi instituída pela Lei nº 14.208/2021, com o objetivo de permitir que as legendas atuem de forma unificada em todo o país, tanto com candidaturas majoritárias quanto proporcionais. A unificação deve vigorar, no mínimo, por quatro anos, e é um teste para uma futura fusão. As legendas, no entanto, têm suas finanças independentes.

Origem dos partidos que se unem

Tanto o Partido Progressistas quanto o União Brasil têm suas raízes na Aliança Renovadora Nacional (ARENA), que dava sustentação ao regime militar (1964-1985). A legenda foi extinta em 1979, mas em 1980 deu lugar ao Partido Democrático Social (PDS), que após dissidências internas, uma parte que saiu fundou o Partido da Frente Liberal (PFL), enquanto a outra criou novas agremiações que, mais tarde, deram origem ao Partido Progressista Brasileiro (PPB), em 1995. Foi somente em 2003, que a agremiação passou a se denominar Partido Progressista (PP).

O União Brasil é resultado da fusão, realizada em 2021, entre os partidos Democratas (DEM) e Partido Social Liberal (PSL), legenda pela qual o ex-presidente Jair Bolsonaro se elegeu, em 2018. O DEM, por sua vez, substituiu o PFL, fundado em 1985, mudando de nome para Democratas, em março de 2007.

A base ideológica de ambas as legendas é de centro-direita. Ao anunciarem a nova força partidária, tanto Antônio Rueda quanto Ciro Nogueira colocaram a federação como nova opção em contraponto ao atual governo.

“A União Progressista assume o compromisso de ser uma bússola de equilíbrio e de racionalidade, atuando para que o país siga o rumo que o fará se tornar a grande nação que o aguarda”, afirmou Nogueira, durante leitura do manifesto da federação, que foi dividida com Rueda. Ciro disse que espera ampliar a bancada com novas filiações.

“Esta bússola tem um norte claro e definido: responsabilidade fiscal e responsabilidade social. Temos de garantir o equilíbrio das contas públicas para que o equilíbrio e a paz social possam ser assegurados”, disse Rueda.

O União Progressistas no Amazonas:
25 prefeitos
208 vereadores

PREFEITOS
Dos 25 prefeitos:
1 do PP:
Autazes – Thome Neto

24 do UB:
Alvarães – Lucenildo Macedo
Atalaia do Norte – Denis Paiva
Barcelos – Radinho
Barreirinha – Darlan Taveira
Caapiranga – Matulinho Braz
Canutama – Zé Roberto
Codajás – Tonho
Guajará – Adaildo Melo
Humaitá – Dedei Lobo
Iranduba – Augusto Ferraz
Japurá – Professor Vanilso
Jutaí – Mercedes
Maraã – Pastor Edir
Nhamundá – Marina Pandolfo
Novo Airão – Otávio Farias
Novo Aripuanã – Raiz
Rio Preto da Eva – Professora Socorro Nogueira
Santa Isabel do Rio Negro – José Beleza
São Paulo de Olivença – Gibe Martins
São Sebastião do Uatumã – Jander Barreto
Tapauá – Gamaliel Andrade
Silves – Professor Paulino Grana
Itamarati – João Campelo
Manaquiri – Nelson Nilo

Dos 208 vereadores:
58 do PP
150 do UB

NA CÂMARA DE MANAUS

  • Vamos ampliar de 6 para 8 vereadores:
    Marco Castilhos (União)
    Everton Assis (União)
    Diego Afonso (União)
    Aldenor Lima (União)
    Saimon Bessa (União)
    Professora Jacqueline (União)
    Rodrigo Guedes (Progressista)
    Rodrigo de Sá (Progressista)
Leia mais: ‘Escolhem palanque’, diz Wilson Lima sobre movimentação de adversários
Editado por Izaías Godinho

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