Ana Carolina Beauvoir – Da Revista Cenarium
Manaus – Durante seu discurso na 12ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force) que ocorreu dos dias 16 a 18 de março deste ano em Manaus, a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Tatiana Schor, expôs a necessidade de mais diversidade nos ambientes acadêmicos e reuniões climáticas.
Schor evidenciou também a necessidade de ampliar os mecanismos de governança territorial, principalmente, em se tratando de ciência, tecnologia e inovação, e usou as instituições de ensino superior do interior do Amazonas para destacar que se faz necessário melhorar o ponto de vista e começar a entender a política de pesquisa de ensino superior como uma política de governança territorial.
Os cinco setores que compõem a discussão da sociedade, nas diversas esferas de governo estavam presentes. No entanto, segundo Tatiana, nessa hélice do terceiro setor, a população de base, indígenas, quilombolas e ribeirinhos não estava representada quanto deveria, levando em consideração que não deve compor a discussão somente como consultados, e, sim, como parte integral que compõe desde o início, juntamente as instituições de financiamento.
“Então, em uma mesa que a gente ficou estruturada, que é uma mesa só de homens, eu era a única mulher mediadora. Homens brancos, muitos da mesma faixa etária, a gente perde a diversidade das zonas, então, quando a gente está fazendo política, a gente tem que sempre pensar nessa diversidade, e isso é muito importante. Tudo o que a gente faz a gente tem que fazer na hélice quíntupla”, disse Tatiana.
Tatiana reitera que a discussão foi muito boa, mas que, nesses pontos, deixou a desejar, e espera que isso sirva de alerta para que quando estivermos falando de governança territorial, possamos incluir todas as vozes.
Política para mulheres
A secretária ressalta, ainda, que, atualmente, a maioria dos estudantes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) são mulheres, e algumas são mães, no entanto, a instituição não tem uma política para mães na universidade.
Mesmo sendo a maioria na produção de artigos científicos, a diversidade nos debates de grande importância é limitada. Dos 364 mil estudantes matriculados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) 195 mil são mulheres.
Isso afeta diretamente o número de autoras femininas de artigos científicos, no País, que também são maioria: 72% das produções são de mulheres, de acordo com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura.
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