Governo acredita que não terá problemas para aprovar pacote de bondades no Congresso

De acordo com assessores palacianos, as últimas conversas feitas com os presidentes do Senado e da Câmara, além de ministros do TSE, indicam que não haveria problemas legais para a concessão dos benefícios (Mayana Lopes/CENARIUM)

O governo federal acredita que não terá problemas para aprovar os benefícios que estão sendo estudados para serem repassados à população, como o aumento do Auxílio Brasil, o voucher para caminhoneiros e a elevação do auxílio gás. De acordo com assessores palacianos, as últimas conversas feitas com os presidentes do Senado e da Câmara, além de ministros do TSE, indicam que não haveria problemas legais para a concessão dos benefícios. Há divergências, no entanto, se seria necessário publicar um decreto de estado de emergência. O líder do governo no Senado, Carlos Portinho, acredita que não seja necessário o decreto. A ala política está confiante que as medidas que injetarão dinheiro “na veia” da população mais afetada com a crise sairão logo, porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, endossou as propostas.

Guedes populista

Guedes bateu o martelo quanto à ampliação em R$ 200, para R$ 600 por mês, o valor do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), e ao lançamento do auxílio caminhoneiro de R$ 1.000, batizado de “Pix Caminhoneiro”, para compensar a alta do diesel no Brasil. O ministro também apoia a ideia de dobrar o valor do auxílio gás, hoje, em R$ 53. Essas três ações, com um custo total estimado de R$ 29 bilhões, já estão sendo discutidas com os líderes dos partidos e surgem em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta melhorar sua popularidade para buscar a reeleição. De ultraliberal, Guedes se converteu em um aguerrido populista.

Preocupação com Cármen Lúcia

Apesar das suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações que levaram à prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, terem um grande potencial de impacto na campanha, a principal preocupação do Planalto é com o que poderá vir do Supremo Tribunal Federal. Embora pudesse parecer bom, por ter saído das mãos do juiz que ordenou a prisão de Milton Ribeiro, o fato de o processo ter ido para as mãos da ministra Cármen Lúcia traz preocupação porque o governo sabe que ela pode vir com tudo para cima do presidente.

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O que está por vir

Na Paraíba, onde participa da festa de São João de Campina Grande, Bolsonaro está mesmo preocupado com o que ainda possa existir no inquérito. Por isso, o compasso é de espera. Um dos interlocutores do presidente disse que a movimentação da oposição pela CPI é natural, mas que ainda continuam avaliando se o Congresso teria fôlego para fazer uma CPI quando todos estão preocupados com suas campanhas. O momento é de esperar para ver o tamanho do estrago, qual o impacto no governo e na campanha e quais medidas o Judiciário poderia adotar.

Lei das estatais

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes do Centrão aguardam que o governo federal publique, até a próxima semana, uma Medida Provisória para permitir “atualizações” na Lei das Estatais. Empenhados em mudar as regras de contratação nas estatais, entendem que o Congresso já atuou bastante na pauta dos combustíveis e que falta, agora, uma sinalização do Executivo. A MP teria efeito imediato e sua validade coincidiria com as eleições, o que deixaria o presidente da Petrobras na mira, caso não atue para conter novos reajustes. O governo avalia uma forma com que as mudanças nos comandos das estatais possam ser feitas de maneira mais ágil e evitar a situação de José Mauro Coelho, demitido e, mesmo assim, permaneceu no cargo.

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